O Papa Leão XIV afirma que seguirá as políticas estabelecidas pelo Papa Francisco na Igreja Católica

O pontífice, em primeira entrevista divulgada, mencionou a necessidade de acolher católicos da comunidade LGBT e abordar o debate sobre a ordenação de m…

18/09/2025 10:37

6 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O papa Leão XIV declarou em sua primeira entrevista publicada nesta quinta-feira (18) que seguirá as políticas marcadas pelo falecido papa Francisco. Isso compreende receber católicos da comunidade LGBT, abordar a possibilidade de ordenação de mulheres e oferecer recomendações à China sobre indicações de bispos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Papa também afirmou que não pretende realizar grandes alterações nos ensinamentos da Igreja Católica.

O leão XIV, que se tornou o primeiro papa dos Estados Unidos em maio, manifestou preocupação com o cenário político americano e a crise humanitária em Gaza.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O papa, mantendo a postura cautelosa do seu predecessor, evitou criticar diretamente o presidente americano Donald Trump ou afirmar que Israel cometeu genocídio.

O depoimento foi conduzido no final de julho, para um livro da editora Penguin Peru. As primeiras partes foram divulgadas no último domingo (14).

Leia também:

O papa Leão XIV afirmou: “Não tenho intenção de me envolver em política partidária”, tendo sido criado em Chicago. “Existem questões relevantes que podem ser apresentadas, mas seria inviável que o papa se envolvesse em países isoladamente no mundo.”

Ele reiterou o contundente repúdio de Francisco aos casos de abuso sexual que assolam a Igreja de 1,4 bilhão de fiéis globalmente, ao mesmo tempo em que manifestou preocupação com as acusações infundadas contra religiosos.

O Papa Leão XIV demonstra preocupação com a situação em Gaza.

O leão XIV, com 70 anos, apresentou um comportamento mais discreto em comparação com seu predecessor, que costumava conceder entrevistas, abordar abertamente os acontecimentos globais e expressar críticas contundentes a Trump e Israel.

Francisco, que conduziu a Igreja por 12 anos, propôs no final de 2024 que Israel estivesse praticando genocídio em Gaza, gerando uma resposta negativa dos líderes israelenses.

O líder da Igreja Católica manifestou grande preocupação com a situação em Gaza. Ele afirmou que o termo “genocídio” está sendo utilizado com crescente frequência. A Santa Sé não considera que possa emitir alguma declaração sobre o assunto neste momento.

O papa Leão XIV afirmou ainda não ter conversado com Trump, mas mencionou que havia exposto preocupações sobre a repressão do governo aos migrantes durante o encontro com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, em maio.

“Disse sobre dignidade humana e como isso é importante para todas as pessoas, onde quer que você tenha nascido”, declarou Leão XIV sobre o encontro.

“É evidente que existem algumas situações nos Estados Unidos que suscitam preocupação”, acrescentou. “Estamos buscando formas de, ao menos, responder e abordar algumas das questões que precisam ser consideradas.”

Ações do Papa Francisco.

O papa Francisco sancionou um acordo histórico em 2018, que concedia às autoridades governamentais a prerrogativa de não interferir nas indicações papais na China.

Conservadores católicos de visão tradicionalista manifestaram críticas em relação ao acordo, alegando que ele concede excessivo poder a Pequim, contudo, representantes do Vaticano ressaltam que o papa conserva o poder decisório final.

O rei Leão XIV afirmou: “A longo prazo, não pretendo dizer que é o que farei ou não farei”. Acrescentou: “A curto prazo, darei continuidade à política que a Santa Sé vem seguindo há alguns anos”.

Em relação aos escândalos de abuso, que afetaram a imagem da Igreja como referência moral, o líder religioso declarou que as pessoas prejudicadas “devem receber grande respeito e a consciência de que aqueles que passaram por isso… mantêm essas marcas por toda a vida”.

Ele também manifestou preocupação com as alegações falsas.

“As estatísticas indicam que mais de 90% das pessoas que se apresentam e fazem acusações são genuínas vítimas”, afirmou ele. “No entanto, também ocorreram casos comprovados de alegações falsas.”

Francisco buscou, em grande medida, inserir a Igreja no contexto contemporâneo, gerando críticas de católicos conservadores, inclusive de alguns cardeais, que temiam que ele estivesse enfraquecendo os princípios doutrinários da Igreja.

Ele autorizou, em 2023, que sacerdotes realizassem bênçãos a casais homoafetivos, em cada situação específica.

O ex-líder da Igreja Católica estabeleceu duas comissões para analisar a possibilidade de ordenação de mulheres como diáconos, uma questão que havia sido anteriormente vetada por papas anteriores. A Igreja Católica mantém um clero composto exclusivamente por homens.

O leão XIV afirmou que manteria a postura de Francisco em relação à liderança feminina na Igreja e aos católicos LGBT, porém não propôs novas iniciativas nesse sentido.

A Igreja Católica manterá sua orientação atual.

“Espero seguir os passos de Francisco”, declarou o papa Leão XIV em relação à iniciativa do extinto pontífice de nomear um número maior de mulheres para posições de destaque no Vaticano.

Ele declarou que o tema se torna um assunto delicado ao considerar a questão da ordenação. Adicionalmente, afirmou não ter intenção de alterar o ensino da Igreja sobre o assunto.

O líder da Igreja respondeu de forma parecida em relação à possibilidade de alterar o ensino para aceitar casamentos entre indivíduos do mesmo sexo.

“Os indivíduos serão aceitos e acolhidos”, declarou Leo, referindo-se aos católicos da comunidade LGBT. “O ensino da Igreja permanecerá como está, e é isso que tenho a dizer sobre o assunto por ora.”

O Papa também discutiu as questões financeiras do Vaticano, que abrangem um déficit orçamentário de 83 milhões de euros e um déficit de financiamento significativamente maior em seu fundo de pensão.

Ele afirmou que o financiamento está em evolução. “Não acredito que a crise tenha se encerrado… mas não estou me preocupando excessivamente com isso.”

Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.