O número de mortos por fome em Gaza sobe para 115, com seis mil caminhões de ajuda permanecendo retidos
Um vice-secretário da ONU afirmou que as pessoas em Gaza “não estão mortas nem vivas”.

O número de mortos por fome e desnutrição em Gaza aumentou para 115, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde do território nesta quarta-feira (24). Nos últimos 24 horas, foram registrados mais dois óbitos.
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As mortes se dão em razão do cerco exercido por Israel, que obstrui a chegada de assistência humanitária, incluindo alimentos e remédios. A conduta tem sido considerada uma estratégia intencional de “fome deliberada” por diversas organizações e agências internacionais.
Em meio à crise, seis mil caminhões de ajuda humanitária, abastecidos com toneladas de alimentos congelados, seguem impedidos de entrar no território. Pelo menos 51 palestinos foram mortos por ataques israelenses desde a madrugada desta quarta-feira (24), incluindo 12 pessoas que buscavam alimento em centros de distribuição.
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A situação levou o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, a relatar o colapso do sistema humanitário. Segundo ele, há trabalhadores da saúde desmaiando de fome nos postos de atendimento e vivendo com uma única refeição por dia, quando disponível. “As pessoas em Gaza não estão nem mortas, nem vivas, são cadáveres ambulantes”, disse, citando o relato de um funcionário da agência no enclave.
Desde outubro de 2023, os ataques israelenses já ceifaram a vida de pelo menos 59.587 palestinos e causaram 143.498 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
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Israel mantém bloqueio e impede distribuição de alimentos.
Na quarta-feira (24), mais de 100 organizações humanitárias e de direitos humanos divulgaram um apelo, solicitando ações concretas dos governos internacionais para romper o bloqueio e possibilitar o envio de suprimentos à população.
O comunicado denuncia que alimentos, água e medicamentos continuam retidos nas fronteiras, mesmo com parcela da população já enfrentando níveis extremos de desnutrição. Os grupos afirmam que mais de 800 pessoas morreram nos últimos meses durante tiroteios nas imediações de centros de ajuda, ao procurar por comida.
Israel, por sua vez, recolheu sua equipe de negociações de cessar-fogo para avaliação interna após o Hamas apresentar novas condições. A resposta do grupo palestino compreende propostas sobre a entrada de assistência humanitária, a retirada de tropas israelenses e assegurações para o encerramento definitivo do conflito.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.