O número de empresas licenciadas para comercializar gás natural no país aumenta 15% anualmente

O mercado de gás natural brasileiro demonstra características de diversificação, conforme aponta a plataforma Observatório do Gás Natural.

Apesar do aumento no número de agentes autorizados para operar no setor, os preços do gás permanecem elevados.

Até agosto, 197 empresas possuíam permissão para atuar no mercado de gás natural do Brasil. Entre 2021 e 2024, a participação da Petrobras nos contratos de longo prazo com distribuidores diminuiu de 100% para 69%, indicando a progressiva abertura do setor.

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Os dados são do Observatório do Gás Natural, plataforma lançada pelo Movimento Brasil Competitivo e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, com apoio do Ministério de Minas e Energia e execução técnica do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV (Fundação Getulio Vargas).

De acordo com o Observatório do Gás Natural, o número de empresas licenciadas para comercializar gás natural no Brasil apresentou um crescimento médio de 15% ao ano. Já os agentes autorizados ao carregamento na rede de transporte registraram um aumento de 19% ao ano.

O número de consumidores – grandes empresas que compram gás diretamente, sem intermediários – aumenta em média 70% ao ano.

A avaliação do Observatório do Gás Natural, apesar dos avanços com a abertura do setor, ainda observa que a maioria das empresas autorizadas não opera de forma efetiva, em razão de restrições operacionais, ausência de porte e dificuldades regulatórias, sobretudo no âmbito estadual.

O mercado continua concentrado e limitado a grandes consumidores industriais, que possuem maior poder de negociação e infraestrutura própria.

Apesar do aumento no número de agentes, a competição efetiva não se estabeleceu […] As barreiras são regulatórias, operacionais e comerciais.

Impacto nos preços

Segundo o Observatório do Gás Natural, as principais dificuldades do setor são operacionais e comerciais, o que impacta nos preços. Os dados da plataforma indicam que a indústria brasileira paga, em média, R$ 43,65 a mais por milhão de BTUs (medida internacional) em comparação com os Estados Unidos.

Na região Nordeste, o preço do gás é aproximadamente 20% inferior ao do Sudeste. Essa diferença decorre das regulamentações estaduais mais flexíveis, que favorecem o acesso e incentivam a competição.

O Observatório do Custo Brasil prevê que a total abertura do mercado pode resultar em uma economia anual de até R$ 21 bilhões.

A diversificação das fontes de importação fortalece a segurança energética, impulsionando a redução do preço médio do gás, que ainda se encontra acima dos valores praticados nos países da OCDE, segundo Caiuby.

Contudo, problemas logísticos, como a ausência de terminais de regaseificação e a integração restrita da infraestrutura interna, impedem a utilização total dessas oportunidades.

Publicado por Vitória Queiroz

Fonte por: CNN Brasil