O artista de rap teria arremessado pedras contra o veículo da Polícia Civil em reação à ação que ele considerou abusiva e violenta.
Na terça-feira (22), após um confronto com a Polícia Civil em frente à sua residência no Rio de Janeiro (RJ) na noite anterior, o rapper Oruam foi indiciado sob suspeita de associação ao Comando Vermelho (CV). A Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ratificou e decretou uma ordem de prisão preventiva contra o artista.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A confusão ocorreu na noite da última segunda-feira (21), quando policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, em um veículo de cor escura, abordaram um jovem que saiu da residência de Oruam, no Joá, zona oeste do Rio de Janeiro. A Polícia Civil afirma que o adolescente seria um ladrão de automóveis e também um capanga do traficante Edgar Alves de Andrade, popularmente conhecido como Doca.
De varanda da casa de Oruam, aproximadamente oito indivíduos arremessaram pedras contra o carro da Polícia Civil. Em seguida, desceram à rua e, conforme vídeo publicado por Oruam, dialogaram verbalmente com os policiais. O rapper, ao identificar o delegado Moysés Santana, responsável pela sua prisão em fevereiro, o insulta. “Ei, Moysés! Você é um idiota! Filha da puta! Tudo está registrado! Você é covarde! Venha na mão”, exclama. Na ocorrência, o adolescente escapuliu.
Um homem correu para dentro de um imóvel e foi detido por agentes, sendo acusado de desrespeito, resistência, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico. Outro vídeo, publicado na rede social do artista, mostra o homem afirmando que não ofendeu ninguém enquanto é algemado por dois agentes, que, apesar dele não estar resistindo, tentam desferir um golpe. Vozes femininas dizem: “calma”. Oruam e os demais envolvidos no incidente conseguiram deixar o local.
“Isto, tropa, posta isso, tropa: tem mais de 20 viaturas na porta da minha casa. O mesmo delegado que me prendeu, eu estava saindo, botou uma pistola na minha cara, tentou me prender, conseguimos sair”, afirmou o artista em um vídeo. Em seguida, afirma ter ido para o Complexo da Penha.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O delegado Felipe Curi, Secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, afirmou à imprensa na terça-feira (22) que “se existia alguma dúvida de que o Oruam seria um artista periférico ou um marginal da pior espécie, hoje temos certeza de que se trata de um criminoso faccionado, ligado ao Comando Vermelho, facção que o pai dele, o Marcinho VP, controla a distância de fora do estado, mesmo estando preso em presídio federal”.
O mandado de prisão decorreu do indiciamento da Polícia Civil, pelo qual o rapper responderá pelos crimes de tráfico, associação para o tráfico de drogas, lesão corporal, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato.
A Folha de S.Paulo relatou que a Polícia Civil invadiu sua casa de forma abrupta e agressiva. Os policiais não estavam em uniforme, o que demonstra a ilegalidade da ação. Os agentes apontaram armas de fogo, incluindo fuzis, para mim, minha noiva e cinco amigos. Ele afirma que encontraram “nada” e diz: “A lei só vale para preto”.
Logo após a fala do delegado, o cantor Poze do Rodo publicou em apoio a Oruam, criticando o que ele vê como perseguição aos artistas do funk. Em 5 de junho, com a hashtag “#MCnãoébandido”, Poze do Rodo lançou o videoclipe “Desabafo 2”, no qual denuncia sua própria prisão em maio deste ano. “Lutei e construí meu castelo”, diz trecho de uma entrevista que aparece no início do clipe.
“Não é possível que nada vai acontecer, não é possível. Os caras estão esculachando nós a troco de nada. Que rapa mow esculacho, o mrm cara só ele fazendo tudo isso, fez comigo agora com os amigos! Que loucura ninguém faz nada ninguém se move ninguém nada vtmnc [sic]”.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.