O ministro Luís Roberto Barroso demonstrou insatisfação na garantia do Estado de Direito, afirma advogado
Juiz determinou a absolvição de Jair Bolsonaro e outros cinco acusados no processo que investiga a criação de um plano para um golpe de Estado.

O advogado criminalista Renato Vieira declarou à CNN na quinta-feira (11) que o voto de absolvição do ministro Luiz Fux, do STF, no julgamento do chamado núcleo crucial da trama golpista, “decepcionou na defesa do Estado Democrático de Direito”.
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A questão central é a seriedade dos atos em análise. Essa parece ser o ponto crucial, e o ministro Luiz Fux, com seu raciocínio simplista, decepcionou a defesa do Estado Democrático de Direito, segundo o advogado.
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus se aproxima de sua conclusão. Após os votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, favoráveis à condenação, Fux, após 14 horas de sessão para expor seu parecer aos colegas da Primeira Turma do STF, votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros cinco réus por todos os crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) – organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça; e deterioração de patrimônio público.
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Fux sustentou a anulação de todo o processo, mas votou pela condenação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente em 2022, em relação à tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Vieira classificou a atitude de Fux como resultado de um grande esforço para reduzir a importância de todos os eventos.
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A redução excessiva de tudo o que ocorreu, sob a ótica de discursos e promessas vazias, é algo que merece atenção, considerando a gravidade dos momentos que já enfrentamos e ainda enfrentaremos, concluiu o criminalista.
Votações
O relator do caso, Alexandre Moraes, votou pela condenação de Bolsonaro e outros sete acusados.
Moraes argumenta que Bolsonaro liderou o grupo que tramava o golpe. Ao lado do ex-presidente, o relator votou pela condenação de:
- Alexandre Ramagem, deputado federal e antigo diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
- Almir Garnier, almirante de esquadra que liderou a Marinha durante o governo Bolsonaro.
- Anderson Torres, antigo ministro da Justiça durante o governo Bolsonaro.
- Augusto Heleno, antigo ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro;
- Mauro Cid, antigo ajudante de ordens de Bolsonaro.
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa sob o governo Bolsonaro;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro, concorreu à vice-presidência em 2022.
O julgamento está marcado para o dia 15 de março de 2024, às 10h.
Faltam três sessões para o julgamento:
- 11 de setembro, quinta-feira, das 4h às 19h.
- 12 de setembro, sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 19h.
Quais os crimes pelos quais os acusados foram denunciados?
- Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes: Grupo criminoso armado; Atentado à ruptura da ordem constitucional democrática; Golpe de Estado; Lesão grave por violência ou ameaça gravíssima; Degradação de bens tombados.
A isenção se aplica a Ramagem. Inicialmente, em meados de maio, a Câmara dos Deputados autorizou a suspensão do processo criminal contra o parlamentar. Dessa forma, ele responde apenas pelos delitos de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta da ordem democrática e atentado contra o Estado Democrático de Direito.
Sob a supervisão de Mayara da Paz.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.