O ministro afirma que a relação com o MST é como um feijão, que só cozinha sob pressão
Paulo Teixeira reduz a preocupação com o impacto do movimento e defende que o Legislativo promova uma colaboração com equilíbrio fiscal: “O Congresso deseja estar alinhado com uma vida de solteiro”.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, comentou nesta terça-feira (10.jun.2025) sobre seu relacionamento com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Em meados de maio, integrantes do movimento solicitaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que exonerasse o ministro. Em entrevista ao Poder360, Mauricio Roman e Lara Rodrigues afirmaram que Teixeira não honrou os compromissos estabelecidos em relação à reforma agrária.
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Teixeira, em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro” da EBC, reduziu a importância de eventuais tensões entre o MST e seu ministério. “Entendo o papel dos movimentos sociais em exercer pressão. Tenho um amigo, que faleceu recentemente, que dizia: ‘Política é como feijão. Só cozinha na panela de pressão’”, declarou o ministro. “O papel do movimento é de pressionar e o papel do Executivo é de entregar”.
Teixeira mencionou também o vice-presidente nos dois mandatos anteriores de Lula, José Alencar (1931-2011), que, segundo o ministro, afirmava que, ao deixar sua cidade, aos 15 anos, levava uma advertência do pai: “Vá para onde for, o importante é poder voltar para a sua cidade”.
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O petista afirmou que “o importante no nosso governo é poder, depois que terminar o governo, ter o mesmo respeito que a gente tem dos movimentos sociais”, acrescentando que ele e Lula “têm um imenso compromisso com a reforma agrária”.
Em relação ao tema, o ministro declarou que a meta é “garantir que este ano seja o ano de maior implementação, no Brasil, de lances para a reforma agrária”. Segundo Teixeira, o governo federal deve entregar, até o final do mês de junho, 16 mil lotes destinados ao reassentamento de famílias despossuídas de terra.
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Teixeira criticou os governos passados, sem mencionar Jair Bolsonaro (PL) ou Michel Temer (MDB). Afirmou que o programa de reforma agrária ficou parado por 10 anos e que o governo Lula retomou o investimento no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), com a contratação de 700 funcionários.
Destacou que já foram investidos R$ 1,1 bilhão na aquisição de terras e que se utilizam terras públicas e terras de adjudicação, além de promover a reassentamento de famílias.
Os líderes do MST afirmaram, no final de maio, que o movimento havia requerido a regularização fundiária imediata de 65 mil famílias em 2024 e, até o presente, o diácom o ministro não gerou os resultados almejados.
FRENTE DO AGRO E LCA
O ministro também foi questionado sobre a reação da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), que criticou uma das alternativas propostas pelo governo federal para contornar os recuos parciais ao aumento do IOF: a de tributar, em 5%, as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), atualmente isentas.
A FPA manifestou “profunda preocupação” em comunicado oficial, afirmando que a taxação “aumentará o custo do financiamento do setor em um cenário de juros elevados e queda nos preços das commodities” e que “o impacto será sentido pelo consumidor, que verá o repasse nos preços dos alimentos”.
Teixeira defendeu a posição do Ministério da Fazenda e solicitou que o Congresso cumprisse sua responsabilidade no corte de gastos, em vez de apenas pressionar o Executivo a adotar medidas para alcançar a meta de equilíbrio fiscal. “O parlamento quer estar casado e ter vida de solteiro. Acredito que a melhor maneira de solucionar esse problema é renunciar a parte das emendas parlamentares”, afirmou.
O ministro censurou a atitude de deputados e senadores em relação às propostas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). “Acredito que o que precisamos é solicitar que o Parlamento informe o que pode ser feito, pois em todas as medidas há um impedimento para serem adotadas”, afirmou.
O petista também negou que a tributação terá impacto no preço final dos alimentos para os consumidores internos. “Quem financia sua safra com LCA é o exportador, então não creio que vá afetar a política de preços de produtos no Brasil, porque quem se financia é o grande produtor de soja, de milho”.
Preço dos alimentos
O ministro abordou ainda o Plano Safra e iniciativas como o “Desenrola Rural” e o “Arroz da Gente”, que buscam impulsionar a produção agrícola para o consumo interno e reduzir os preços dos alimentos, um ponto crítico para a imagem do governo.
O ministro declarou que o Brasil vive um cenário favorável em relação aos preços dos alimentos. Segundo ele, o valor do arroz diminuiu em média 15%, o feijão, 25%, e os ovos, 10%, em comparação com o ano anterior.
O arroz pode ser encontrado facilmente no supermercado. O arroz é atualmente o principal item com redução de preço [de alimentos] no Brasil, declarou, acrescentando que 5kg de arroz já podem ser encontrados por R$ 12,90 no mercado.
Contudo, o ministro admitiu que ainda se faz necessária a ampliação da diminuição dos valores, principalmente da carne e do café.
Em relação ao café, Teixeira afirma que houve quebra de safra em nível global, o que explicaria o aumento da demanda por café brasileiro no mercado externo.
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Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.












