Letrux, nome artístico de Letícia Novaes, desfez a banda Letuce, com a qual lançou três álbuns, para iniciar sua carreira solo. O marco dessa nova fase foi o álbum Em Noite de Clima (2017).
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Com o Letrux estabelecido na cena musical independente do Rio de Janeiro, cidade de origem, o novo álbum poderia ter sido apenas um reforço da trajetória no cenário indie, porém, adquiriu substância, extrapolou fronteiras e permitiu que a artista se apresentasse em diversos locais do país, com a realização de uma centenar de shows.
O livro Letrux: Em noite de climão (Cobogó³, 124 páginas), de Roberta Martinelli, analisa o álbum que se destacou em 2017. A obra apresenta uma intérprete expressiva e uma sonoridade envolvente e atual. O projeto, no entanto, só se concretizou por meio de uma arrecadação online.
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Martinelli escreve com intimidade sobre o disco e Letrux, que atribui muita de sua força na música ao teatro, onde iniciou sua carreira artística.
Seu talento é, de fato, uma bem combinada mistura de expressão teatral com performance musical. Ela também se mostra acessível às pessoas que a cercam no trabalho, o que contribui para o processo criativo.
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Em Noite de Clima oferece uma boa conciliação de voz, letras afiadas, linguagem atual e sonoridade, combinando o que há de contemporâneo nas pistas de música. Trata-se de um trabalho ousado que obteve sucesso.
Antes de Clima, Letrux possuía na bagagem álbuns sólidos lançados com a Letuce. Também já havia demonstrado força poética com o livro Zaralha: Abri Minha Pasta (2015). A cantora ainda produziria os bons discos Aos prantos (2020) – indicado ao Grammy Latino – e Como mulher girafa (2023).
O livro descreve uma artista mística, profunda, unificadora e atenciosa. É uma leitura recomendada para compreender que processos musicais são atividades coletivas.
Fonte por: Carta Capital
