O julgamento demonstrará que a democracia é capaz de se defender, afirma Gilmar

No evento realizado na Itália, o decano do STF negou veementemente tentativas de interferência, “independentemente da origem”.

03/09/2025 15:07

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O julgamento demonstrará que a democracia é capaz de se defender, afirma Gilmar
(Imagem de reprodução da internet).

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes declarou, na quarta-feira 3, que o julgamento da tentativa de golpe de Estado demonstrará que a democracia brasileira “sabe militar por sua própria conservação”.

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O decano da Corte, Gilmar, não participará da votação. Ele faz parte da Segunda Turma, mas a análise da ação penal cabe à Primeira Turma, da qual é o relator, Alexandre de Moraes.

Em um evento na Itália, Gilmar classificou o julgamento como “histórico” e afirmou que a responsabilização dos envolvidos é fundamental para evitar uma repetição da trama golpista.

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Ao recordar algumas fases da tentativa de golpe, o ministro citou o plano Punhal Verde e Amarelo, que, conforme apurado pela Polícia Federal, incluía a possibilidade de homicídios contra Moraes, do presidente Lula (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

De acordo com Gilmar, o plano foi orquestrado por lideranças governamentais e militares de alto escalão, e, aparentemente, com a anuência do Presidente da República [Bolsonaro].

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O decano reiterou, no entanto, que o STF assegurou aos réus um processo justo, com o contraditório e a ampla defesa.

Gilmar Mendes também criticou as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil e a autoridades brasileiras, como a tarifação e a punição a Moraes com base na Lei Magnitsky.

O governo brasileiro e suas autoridades relataram ter experimentado, nos últimos dias, agressões inaceitáveis à sua dignidade e autonomia, provenientes de um poder estrangeiro. Ele destacou tarifas que “afetam empresários e trabalhadores” e sanções “de natureza pessoal”, buscando influenciar e isolar juízes e outras autoridades, com o objetivo de dissuadi-los da postura firme contra o autoritarismo.

Ele afirmou, contudo, que o STF não se curvou à ditadura (1964-85) e não aceitará submissão. “[A Corte] está preparada para enfrentar, uma vez mais e sempre, com altivez e resiliência, todas as ameaças contra si e sua independência.”

A Primeira Turma concluiu nesta quarta-feira a sustentação oral das defesas dos réus do núcleo crucial da tentativa de golpe. Na terça-feira 2, primeiro dia de julgamento, também se manifestou o procurador-geral da República, Paulo Gonet. O próximo passo é o início da votação.

O presidente da Turma, Cristiano Zanin, agendou mais três dias de sessões: terça-feira 9, quarta 10 e sexta 12.

São Ruas no núcleo crucial:

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.