O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, declarou que o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) deverá ser conduzido com tranquilidade e sem receio de “interferências”, independentemente da origem, mencionando possíveis retaliações do governo dos Estados Unidos.
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O ex-capitão é réu na ação que visa o núcleo principal do golpe, e começará a ser julgado na terça-feira, 2.
As declarações foram feitas nesta segunda-feira, 1º, após a participação em evento no Rio de Janeiro.
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O papel do Juiz é julgar os casos que lhe são apresentados, compreendendo o que diz a Constituição e o que diz a legislação. Sem interferências, venha de onde vier. Estamos lá para cumprir uma missão, que é uma missão difícil, mas é também a missão de servir ao Brasil da melhor forma possível.
O julgamento se dá em razão da série de sanções impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump em resposta ao avanço da ação contra Bolsonaro. Oito dos onze ministros do STF tiveram seus vistos para os EUA suspensos, e o relator das ações contra o ex-capitão, Alexandre de Moraes, foi punido com base na Lei Magnitsky.
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Barroso não participará do julgamento, que ocorrerá na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Além de Moraes, o colegiado é composto por Cristiano Zanin, o presidente da turma, Carmen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.
Seria incomum se não houvesse tensão. Nenhum país julga invasão da sede dos Três Poderes ou a possibilidade de se entender que houve uma tentativa de golpe de Estado por um ex-presidente e seu grupo sem algum tipo de tensão natural, declarou. Polarização sempre existiu e sempre vai existir. Não é o problema. Problema é o extremismo.
Diante do cenário de polarização política, as forças de segurança do Distrito Federal implementam um robusto esquema de segurança para o julgamento de Bolsonaro. O plano inclui o fechamento da Praça dos Três Poderes e a presença de policiais militares nas áreas adjacentes, além de um reforço no efetivo e uma célula de inteligência centralizada, que reunirá órgãos locais e federais. A capital federal também deverá ser palco de manifestações contrárias e favoráveis à condenação do ex-presidente.
As celebrações pela Independência do Brasil, em 7 de Setembro, intensificam a preocupação com possíveis confrontos. Toda a circulação na área será monitorada por drones e mais de mil câmeras, supervisionadas por setenta indivíduos em uma central da Secretaria de Segurança Pública do DF. Conforme o governo local, a região onde se realiza o tradicional desfile cívico-militar estará sob a proteção do Comando Militar do Planalto.
Circulam pelas áreas classificadas como “críticas” pela SSP-DF, será necessário passar por revista, com base em uma lista de objetos proibidos, incluindo substâncias inflamáveis, mastros de bandeiras, fogos de artifício, máscaras, coolers e barracas. O planejamento para manifestações de 7 de Setembro prevê o posicionamento de apoiadores de Bolsonaro na Torre de TV, um dos principais pontos turísticos de Brasília, e dos manifestantes de esquerda na Praça Zumbi dos Palmares. A distância entre os locais é de 2,5 km.
Conforme apontou a CartaCapital, a principal preocupação é evitar os “lobos solitários”. Contudo, recorda-se também das tentativas de invasão ao edifício do STF que ocorreram dias antes de 7 de setembro de 2021.
Fonte por: Carta Capital
