O ministro Alexandre de Moraes adotou providências urgentes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, justificando o receio de sua possível fuga.
O ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou uma operação de busca e apreensão conduzida pela PF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na manhã de 18 de julho de 2025.
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Na decisão, Moraes afirma que a medida se deu após ser concluído que Bolsonaro tenta obstruir a investigação sobre o processo em que responde na Corte por tentativa de golpe de Estado. “A ousadia criminosa parece não ter limites, com as diversas postagens em redes sociais e declarações na imprensa atentatórias à soberania nacional e à independência do Poder Judiciário”.
O ministro declarou que Bolsonaro agiu de forma consciente e intencional para interferir no curso da ação penal, por meio de atos coordenados com seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos.
A acusação afirma que Jair Messias Bolsonaro e seu filho Eduardo Nantes Bolsonaro participaram dos ataques à soberania nacional, visando interferir no andamento de processos judiciais, desestabilizar a economia brasileira e exercer pressão sobre o Poder Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal.
A principal questão levantada na decisão foi o repasse de R$ 2 milhões realizado por Bolsonaro ao filho, que se encontrava nos Estados Unidos, buscando, conforme a Polícia Federal, pressionar autoridades brasileiras e obter sanções internacionais contra membros do STF, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal.
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O ministro ainda declara que Bolsonaro empregou suas redes sociais para sustentar manifestações estrangeiras hostis ao STF e chegou a condicionar publicamente o encerramento das sanções à concessão de uma anistia penal em seu favor.
As condutas de Jair Messias Bolsonaro demonstram que o réu está agindo dolosamente e conscientemente de forma ilícita com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis decorrentes de negociações fraudulentas e criminosas.
Assim, o ministro considerou existir um risco concreto de obstrução da Justiça, da continuidade da prática criminosa e da possibilidade de fuga.
A situação descrita demonstra uma necessidade urgente e inegável, que justifica a adoção de novas medidas cautelares visando garantir a aplicação da lei penal e impedir a fuga do réu.
A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro manifestou surpresa e indignação com a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre obedeceu às determinações do Poder Judiciário.
A defesa se manifestará oportunamente, após analisar a decisão judicial.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.