O Irã terá um dos maiores impactos do bloqueio imposto

O governo iraniano está considerando o fechamento do Estreito de Ormuz, através do qual trafega uma parcela do petróleo adquirido pelos chineses.

23/06/2025 5:31

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(Imagem de reprodução da internet).

A China será um dos países mais impactados pelo bloqueio iraniano do estreito de Ormuz, região marítima de cerca de 33 km entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico. O local representa a rota de transporte de 20% a 30% de todo o petróleo mundial.

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Apesar do país asiático estar acelerando sua transição energética, a China continua sendo o maior importador de petróleo bruto do mundo – aproximadamente 11,1 milhões de barris por dia, conforme dados da EIA (Administração de Informações de Energia dos Estados Unidos).

A plataforma de rastreio de importações de commodities Kpler aponta que, em março deste ano, a China adquiriu 1,7 milhão de barris diários de petróleo do Irã. Isso significaria que um bloqueio completo do estreito afetaria 15% das importações de petróleo dos chineses. As informações são da Reuters.

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O petróleo iraniano é relevante para a China devido ao preço. A matéria-prima persa é sancionada pelos Estados Unidos desde 2019, o que afastou vários compradores. A razão é a alegação de que o governo iraniano utiliza os recursos da venda de petróleo para financiar grupos terroristas.

Refinarias chinesas já foram alvo de sanções dos norte-americanos. Em abril deste ano, o Departamento do Tesouro dos EUA colocou a refinaria de Shandong Shengxing na lista de possíveis sanções. De acordo com a Casa Branca, a instalação chinesa adquiriu aproximadamente US$ 1 bilhão em petróleo do Irã.

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Os Estados Unidos afirmam que os persas empregam uma “frota fantasma” para comercializar petróleo com os chineses. Navios sem identificação carregam petróleo na Malásia e o produto é então direcionado à China. A EIA indica que essa é a razão pela qual os chineses adquirem petróleo da Malásia.

Os Estados Unidos relataram, em fevereiro deste ano, que a China adquiriu 1,4 milhão de barris de petróleo diariamente da Malásia em 2024. A produção total de petróleo naquele país do Sudeste Asiático é de cerca de 600 mil barris por dia.

O bloqueio da passagem também pode afetar as importações chinesas de países como Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita. Os dois primeiros dependem do estreito de Ormuz, enquanto os sauditas possuem outra saída pelo mar, que ficaria sobrecarregada, pois a maior parte de sua produção também atravessa a região sob ameaça do Irã.

Desde o início dos ataques entre Israel e o Irã, a China adotou uma postura diplomática para pôr fim às ofensivas no Oriente Médio. Contudo, as tensões aumentaram com a participação dos EUA no conflito ao lado dos israelenses e com a aprovação do Parlamento iraniano para bloquear o estreito como retaliação aos seus adversários e pressão à comunidade internacional para intervir.

Consciente da dependência chinesa das importações de petróleo, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, solicitou no domingo (22.jun.2025) que a China intervisse contra a proposta do governo iraniano de fechar o estreito. Segundo Rubio, o bloqueio prejudicará a economia global, mas principalmente a do Irã.

Rubio incentivou o governo chinês em Pequim a contatá-los [o Irã] sobre isso, pois eles dependem fortemente do estreito de Ormuz para seu petróleo.

Fonte por: Poder 360

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.