O Irã deve recusar a nova proposta nuclear dos EUA, afirma diplomata

Irã declara que o projeto proposto pelos Estados Unidos não corresponde aos interesses do país e mantém a posição de Washington sobre o enriquecimento de urânio.

02/06/2025 11:33

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O Irã deve recusar a nova proposta nuclear dos EUA, afirma diplomata

Uma investigação exclusiva da agência de notícias Reuters indicou que o Irã está preparado para recusar uma proposta dos Estados Unidos para finalizar um desentendimento nuclear de décadas.

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A informação foi transmitida através da citação de um diplomata iraniano, nesta segunda-feira (2), que considerou a proposta como um “não início” que não satisfaz os interesses de Teerã e mantém a posição de Washington sobre o enriquecimento de urânio.

O Irã está preparando uma resposta negativa à proposta dos EUA, que pode ser vista como uma recusa à oferta americana, afirmou a Reuters o diplomata formado, que está prestes a se juntar à equipe de negociação iraniana.

A proposta americana para um novo acordo nuclear foi apresentada ao Irã no sábado (31) pelo ministro das Relações Exteriores de Omã, Sayyid Badr Albusaidi, que está em uma breve visita a Teerã e está mediando as negociações nucleares entre Teerã e Washington.

Contudo, após cinco rodadas de negociações entre o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, e o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, para solucionar o impasse nuclear, diversas questões permanecem sem resolução.

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Entre as linhas vermelhas, encontra-se a rejeição do Irã à exigência americana de que Teerã se comprometa a abandonar o enriquecimento de urânio, considerado um caminho possível para o desenvolvimento de armas nucleares.

Teerã declara que almeja controlar a tecnologia nuclear para usos pacíficos e historicamente nega as alegações das potências ocidentais de que busca desenvolver armas nucleares.

O diplomata afirmou que a posição dos EUA sobre o enriquecimento de urânio em solo iraniano não mudou, e não há esclarecimentos sobre o fim das sanções.

Teerã exige a eliminação imediata de todas as restrições impostas pelos Estados Unidos que afetam sua economia centrada no petróleo.

Para Washington, a retirada das sanções referentes à energia nuclear deve ocorrer em etapas.

Dezenas de instituições locais cruciais para a economia do Irã, incluindo seu banco central e a companhia petrolífera nacional, foram sancionadas desde 2018, segundo os EUA, por “apoiar o terrorismo ou a proliferação de armas”.

O retorno de Trump ao cargo de presidente, em janeiro, marcou o início de uma campanha de pressão máxima contra Teerã, que compreendeu sanções mais severas e a possibilidade de ataques a Irã caso as negociações em curso não levem a um acordo.

Em seu primeiro governo, em 2018, Trump retirou-se do acordo nuclear de Teerã com seis países e restaurou sanções que afetaram a economia do Irã.

Teerã infringiu prontamente as restrições estabelecidas no acordo nuclear de 2015 acerca de seu programa nuclear.

O acordo de 2015 estabeleceu que o Irã deveria adotar medidas para limitar seu programa nuclear em troca do relaxamento das sanções econômicas dos Estados Unidos, da União Europeia e da Organização das Nações Unidas.

O diplomata afirmou que a avaliação do “comitê de negociações nucleares do Irã”, sob a supervisão do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, considerou que a proposta dos EUA é “completamente unilateral” e não atende aos interesses de Teerã.

Assim, afirmou, Teerã considera a proposta como um “fracasso” e acredita que ela tenta impor unilateralmente um “mau acordo” ao país por meio de exigências excessivas.

Duas autoridades iranianas informaram à Reuters na semana passada que o Irã pode cessar o enriquecimento de urânio se os Estados Unidos desbloquearem os recursos financeiros iranianos congelados e reconhecerem o direito de Teerã de refinar urânio para fins civis em um “acordo político” que poderia resultar em um acordo nuclear mais abrangente.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.