O Irã declara que não iniciará negociações para um acordo nuclear até que Israel cesse os ataques contra o país
O presidente iraniano Masoud Pezeshkian informou o líder francês Emmanuel Macron sobre a situação em uma ligação telefônica; o risco de um conflito de grandes dimensões coloca o mundo em estado de alerta.
O governo do Irã anunciou neste sábado (14) que não continuará as negociações sobre seu programa nuclear com os Estados Unidos enquanto Israel mantiver os ataques a seu território. A decisão foi comunicada pelo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, ao presidente da França, Emmanuel Macron, durante uma conversa telefônica divulgada pela presidência iraniana. “O Irã não aceitará exigências irracionais sob pressão e não se sentará à mesa de negociações enquanto o regime sionista continuar com seus ataques”, declarou Pezeshkian, em referência a Israel.
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A interrupção do diáse dá em um momento de intensa escalada militar entre Israel e Irã. Desde o dia 12, os dois países trocam ataques que já causaram dezenas de mortes e aumentaram o risco de um conflito regional. O Exército israelense conduziu bombardeios em larga escala contra instalações militares e nucleares iranianas, ceifando a vida de pelo menos 78 pessoas, incluindo militares de alta patente e cientistas do programa nuclear do país, de acordo com o governo iraniano.
Em retaliação, o Irã lançou dezenas de mísseis contra alvos em Israel. Três civis morreram e mais de 80 ficaram feridos, após um dos projéteis atingir uma área residencial em Rishon Lezion, próximo a Tel Aviv. A maior parte dos mísseis foi interceptada, com apoio das forças americanas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou apoio às ações israelenses e afirmou que o Teerã deve aceitar um acordo nuclear ou enfrentar “ataques ainda mais brutais”. Já o secretário de Estado americano, Marco Rubio, alertou o Irã contra qualquer ofensiva a tropas dos EUA instaladas em países árabes.
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França e Reino Unido se alinharam ao lado de Israel. O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que seu país poderia auxiliar na defesa israelense “se as condições permitirem”, mas rejeitou envolvimento em ações ofensivas. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que o Reino Unido não participou dos ataques, mas reiterou que Israel tem o direito à autodefesa. A tensão escalou após o Irã ameaçar atacar bases militares, missões diplomáticas e navios de países que apoiam Israel na região. Em comunicado citado pela agência Mehr, o governo iraniano alertou que “qualquer interferência resultará em ataques a todas as bases regionais dos governos cúmplices, incluindo instalações no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho”.
Além dos falecidos, os ataques causaram mais de 320 feridos no Irã e resultaram no fechamento de aeroportos nos dois países. O Israel declarou ter atingido mais de 200 alvos, entre eles uma usina de urânio em Isfahã e instalações próximas ao complexo nuclear de Natanz. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou danos, mas assegurou que não houve elevação nos níveis de radiação.
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Especialistas internacionais alertam para o risco de um conflito de grandes dimensões, com a participação direta de potências ocidentais. Embaixadores da França, Reino Unido e Alemanha buscam construir uma resposta diplomática para controlar a crise. Paralelamente, o papa Leão XIV fez um chamado por cautela, solicitando “responsabilidade e razão” aos envolvidos.
Com informações da AFP Publicado por Felipe Cerqueira
Trump afirma que Irã tem uma “segunda chance” de alcançar um acordo nuclear antes que “não sobre nada”, Irã ameaça atacar bases dos EUA, Reino Unido e França e suspende negociações com o governo americano.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












