O impacto social e financeiro do descaso com a saúde mental
A queda na produtividade gerou perdas de R$ 26,3 bilhões ao longo de 14 anos e uma nova legislação exige que as empresas adotem medidas até 2026.
O suicídio constitui um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e no mundo do trabalho. Em 2019, foram contabilizadas 13.502 mortes, conforme dados do Global Burden of Disease, representando um aumento de 46% em comparação com 1990. Entre 2008 e 2022, o impacto econômico decorrente da perda de produtividade atingiu R$ 26,31 bilhões.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Essa situação evidencia a importância de medidas estruturadas nas empresas, notadamente em setembro, mês de conscientização sobre a saúde mental.
Em trabalhadores com idade entre 14 e 65 anos, um estudo de 2024 identificou 11.952 casos, representando 88,4% do total nacional.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As empresas enfrentam impactos significativos.
A depressão e a ansiedade aumentam o absenteísmo e o presenteísmo, o que afeta o desempenho e o ambiente de trabalho. Estudos acadêmicos indicam que políticas organizadas de saúde mental diminuem o estresse, reduzem a rotatividade e elevam o engajamento.
Programas de apoio aos funcionários, o desenvolvimento de líderes para reconhecer indicadores de sofrimento e a promoção de ambientes psicologicamente seguros – conceito conhecido como clima psicossocial de segurança – são entre as ações mais eficazes.
Leia também:
Cross Sell: Aprenda a aumentar o ticket da sua empresa com dicas práticas
Cartacapital e Sebrae lançam produção ‘do micro ao macro’
Itau, IFC e FGV Revelam: Capacitação Impulsiona Negócios de Mulheres
Nova legislação
A partir de 2024, uma portaria exige que empregadores incorporem riscos psicossociais, como estresse e excesso de trabalho, nos programas de saúde e segurança. O prazo para a implementação é maio de 2026. A norma possibilita a união de prevenção e produtividade em um único plano.
Estratégia empresarial
De acordo com Andre Purri, CEO da HRTech Alymente, empresas que dão prioridade à saúde emocional observam resultados positivos. A preocupação com a saúde mental, nesse sentido, não é apenas uma questão ética, mas um fator determinante para a longevidade e a capacidade de recuperação das organizações. Em última análise, investir no bem-estar emocional é investir na vida: na vida dos colaboradores, de sua rede e da própria empresa, que se torna mais humana e estratégica ao mesmo tempo.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.












