A prática consistente de exercícios físicos pode ser uma aliada relevante no controle de doenças alérgicas. Atividades realizadas com orientação e de forma regular estimulam o sistema imunológico, fortalecem os músculos relacionados à respiração e promovem o bem-estar do corpo.

Para indivíduos com alergias crônicas, como rinite, asma ou dermatite atópica, a prática de exercícios físicos pode auxiliar na diminuição da frequência e da intensidade das crises, além de aprimorar a eficácia do tratamento médico. Um dos principais benefícios da atividade física reside no fortalecimento da musculatura torácica e diafragmática, o que otimiza a ventilação pulmonar e facilita a respiração – algo crucial para quem enfrenta alergias respiratórias.

A prática de atividades físicas relaxa e promove o bem-estar, aumenta a capacidade de resistência, estimula o sistema imunológico e fortalece os músculos respiratórios. Dessa forma, na asma facilita a inspiração e a expiração profunda; na rinite aumenta a resistência além de exigir uma respiração adequada e, na urticária, ao causar relaxamento e promover o bem-estar, pode melhorar o controle da doença, explica Sergio Duarte Dortas Junior, especialista em Alergia e Imunologia.

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Vários mecanismos são ativados pelos exercícios.

A prática de exercícios aeróbicos, como caminhada, natação ou ciclismo, por exemplo, incrementa a capacidade pulmonar e otimiza a oxigenação do corpo, tornando os pulmões mais eficazes. Isso pode levar a uma redução de episódios de falta de ar, tosse e sibilância no peito, frequentes em indivíduos com asma.

O exercício físico aumenta a capacidade ventilatória e a aptidão cardiorrespiratória, auxiliando na diminuição da dispneia e do broncoespasmo. A prática regular modula a liberação de citocinas pró-inflamatórias, favorecendo um perfil mais anti-inflamatório. Isso pode reduzir a resposta inflamatória crônica das vias aéreas em indivíduos com rinite e asma. A atividade física moderada melhora a vigilância imune, promovendo a resposta adaptativa e reduzindo episódios infecciosos que podem desencadear ou agravar crises alérgicas, conforme explica Fátima Rodrigues Fernandes, presidente da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

A prática de atividades físicas apresenta um efeito benéfico sobre o sistema imunológico. Ao promover a circulação sanguínea, os exercícios auxiliam no transporte de células de defesa pelo organismo, o que pode contribuir para a reação do corpo a alérgenos.

A prática, embora não substitua os tratamentos tradicionais, funciona como um reforço, elevando a qualidade de vida e diminuindo o consumo de fármacos em certas situações.

Um ponto crucial é o efeito da prática física na saúde mental. O exercício estimula a produção de endorfinas, substâncias que geram sensações de bem-estar e relaxamento, diminuindo o estresse e a ansiedade. Esse efeito é relevante para indivíduos com alergias, uma vez que situações de estresse podem intensificar ou provocar seus sintomas. Portanto, manter uma rotina que contemple atividades físicas também auxilia no equilíbrio emocional e no controle das crises.

A constância é fundamental!

Contudo, para que os benefícios sejam sentidos, é importante que a prática física seja realizada de maneira consistente, por no mínimo uma hora diária, respeitando os limites do corpo. Em certos casos, modificações no ambiente – como evitar locais com poeira, poluição ou excesso de umidade – são necessárias para assegurar que o exercício seja seguro para indivíduos alérgicos.

A prática de atividades físicas em dias de baixas temperaturas e baixa umidade relativa do ar pode favorecer alterações graves em pacientes alérgicos. O broncoespasmo induzido pelo exercício é um bom exemplo para entendermos que o paciente com asma, por exemplo, deve priorizar o ambiente mais úmido e com uma temperatura confortável durante sua prática de atividade física, visando minimizar possíveis crises durante a atividade. Nunca se esquecendo do tratamento diário prescrito pelo seu médico.

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Fonte por: CNN Brasil