O ex-prefeito de SP, Fernando Haddad, tem agendada uma reunião com um secretário do Tesouro dos EUA para a presente semana
Apesar da pausa, novas taxas de 50% para alguns produtos nacionais entrarão em vigor a partir de 6 de agosto; o contato entre presidentes não é excluído.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deverá conversar nesta semana com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. A intenção é preparar o cenário para uma possível reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano, Donald Trump.
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É muito importante que se prepare essa conversa (entre Lula e Trump). Tive contato com a equipe do Bessent para organizarmos uma reunião na semana seguinte. Compreendemos que as relações comerciais não devem ser afetadas pelas percepções políticas de qualquer natureza. Tenho certeza que uma conversa com o Bessent vai pavimentar o caminho para um encontro, se for da conveniência dos dois presidentes.
A CNN informou que o ministro declarou que a finalidade do encontro com Bessent era despolitizar o diálogo com as autoridades norte-americanas. Ele ressaltou que o governo brasileiro não tem a intenção de deixar a mesa de negociações, apesar da implementação das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
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As tarifas, rubricadas por Trump por meio de ordem executiva na semana passada, estabelecem uma taxa de 50% sobre vários produtos brasileiros, sob a alegação de uma “emergência nacional”.
A Casa Branca, contudo, removeu aproximadamente 700 produtos da lista, incluindo aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro, o que resultou em 44,6% das exportações brasileiras não estarem sujeitas à tarifação, conforme dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
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Outro ponto a ser discutido na reunião é a Lei Magnitsky, que se aplica ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Haddad afirmou que a intenção é esclarecer ao secretário o funcionamento da independência dos Poderes no Brasil.
A reunião ainda não tem data definida, mas o ministro declarou disposição para realizar uma sessão presencial. O governo brasileiro também considera enviar o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que lidera o MDIC, para negociar diretamente com autoridades americanas.
A ligação não está descartada.
Após Trump afirmar que Lula pode entrar em contato “a qualquer momento” para abordar tarifas e outros conflitos entre os países, o presidente brasileiro declarou estar aberto ao diálogo.
Em coletiva na Casa Branca, Trump declarou: “Ele pode falar comigo quando quiser. Vamos ver o que acontece, eu amo o povo brasileiro” e concluiu afirmando que “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”.
Mesmo antes das declarações, assessores de Lula já consideravam um possível encontro com Trump na Assembleia Geral da ONU, prevista para a segunda semana de setembro, em Nova York. Atualmente, a perspectiva é encarada como uma hipótese — e não como uma agenda definida.
O ministro da Fazenda reiterou que “a reciprocidade é verdadeira” em relação ao sinalizado por Trump e que é necessário “preparar o terreno” para uma possível ligação entre os mandatários.
Contudo, especialistas destacam a necessidade de “cautela”, considerando a “imprevisibilidade” de Donald Trump.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.