O ex-prefeito de São Paulo afirmou que não há planos de aumento de tarifas “por ora”
O ministro da Fazenda afirmou que existem medidas não tarifárias em análise, ressaltando que buscará o caminho diplomático.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (10.jul.2025) que, até o momento, “nenhuma discussão” está em curso sobre a elevação de tarifas em relação aos Estados Unidos. Ele afirmou que buscará uma solução diplomática com o país liderado por Donald Trump (Partido Republicano).
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Os Estados Unidos implementaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados, em parte devido ao tratamento concedido ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), que o então presidente Trump respeitava “profundamente”.
Haddad afirmou que a medida não se justifica sob “nenhuma perspectiva”, sobretudo no âmbito econômico. Ele reiterou que os Estados Unidos apresentaram superávit comercial com o Brasil desde 2009.
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O ministro afirmou que o volume comercial alcançou valores superiores a 400 bilhões de dólares nos últimos 15 anos. Indicou que o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos já foi “muito maior” e atualmente representa cerca de 12% do total exportado. Alegou, contudo, que o agronegócio nacional e a indústria de São Paulo serão mais afetados pela sobretaxação.
“No entanto, independentemente do impacto, nós desejamos manter boas relações com os Estados Unidos. Os governos vão passar e as nações vão continuar”, afirmou Haddad. “Nós não queremos prejuízo de ninguém. Nem dos brasileiros que vendem aos Estados Unidos e nem dos americanos que vendem aqui. Têm superávit conosco”, completou.
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Haddad declarou que a sobretaxação possui caráter político-ideológico, porém buscará uma solução diplomática para que a tarifa não seja implementada. Trump informou que a tarifa entrará em vigor em agosto.
Ninguém está considerando essa questão [de elevar tarifas contra os EUA] por enquanto. Existem muitas medidas não tarifárias que podem ser pensadas. Há um grande número de medidas que estão sendo estudadas. Há um grupo de trabalho […], e nós temos tempo, disse. Há medidas tarifárias que não impactam a inflação. Há uma série de alternativas que serão consideradas. Isso não significa que vão ser acionadas, porque o nosso desejo é que, até lá, isso tenha sido superado.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com uma equipe de trabalho para analisar a Lei de Reciprocidade Econômica (15.122 de 2025). A sugestão de implementação já foi avaliada anteriormente, porém não foi oficialmente divulgada pelo governo.
A lei foi aprovada pelo Congresso em abril após o Dia da Libertação, momento em que Trump anunciou, em 2 de abril, a imposição unilateral de tarifas a vários países do mundo. Nesse dia, o Brasil foi taxado em 10%, com algumas isenções. A nova tarifa, anunciada nesta quarta-feira, entrará em vigor em 1º de agosto.
O ministro declarou que a lei foi aprovada com ampla maioria no Congresso, incluindo setores conservadores da sociedade que defendem a soberania nacional. Haddad complementou que o governo irá analisar todos os instrumentos disponíveis para sugerir ao presidente da República.
Esperamos que, até lá, esse tipo de atitude seja repensada pelas vias diplomáticas e pela desistência dos setores de extrema direita no Brasil em atacar a soberania nacional, afirmou Haddad.
Medida ideológica.
Haddad declarou que uma tarifa de 50% é contraproducente e possui caráter ideológico. “Desrespeita os 200 anos de tradição diplomática entre os dois países, que se dão muito bem”, afirmou o ministro.
Ele afirmou que seria desejável a desmobilização dos “setores extremistas” para que defendessem o interesse nacional. Haddad disse que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se envolveu em um ataque ao Brasil e isso, segundo ele, é uma evidência pública.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro está nos Estados Unidos e agradeceu o apoio do deputado americano Cory Mills, que ele descreveu como “causa da liberdade”.
Haddad afirmou que a extrema direita necessita, atualmente, reparar “os danos que causou”. O ministro assegurou que dispõe de algumas semanas para agir de forma diplomática.
Tarifas
O presidente Lula declarou na quarta-feira (9.jul.2025) que o Brasil implementará a Lei da Reciprocidade Econômica em resposta à imposição tarifária.
A partir de agora, qualquer aumento de tarifas implementado de forma isolada será analisado à luz da Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica, afirmou Lula em comunicado publicado em sua página no X.
Na nota, Lula afirmou que é falsa a informação mencionada por Trump de que a relação comercial entre os dois países é de déficit para os norte-americanos.
Os dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) indicam que o cenário é deficitário para o Brasil e superávitário para os Estados Unidos desde 2009, conforme ilustrado no infográfico abaixo.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.