O advogado Paulo Amador Cunha Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não buscou informações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid, nem tentou assumir a defesa do militar.
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Em petição protocolada na segunda-feira (30 de junho de 2025), Bueno confirmou ter se encontrado com Agnes Barbosa Cid, mãe do militar, mas descreveu a conversa como “casual e breve”, durante um torneio hípico em São Paulo, e solicitou dispensa de depoimento à PF (Polícia Federal). Leia a íntegra da manifestação enviada ao STF (PDF – 323 kB).
Em 25 de junho, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Bueno e Fábio Waajngarten, ex-assessor de Bolsonaro, prestassem depoimento à PF. A decisão ocorreu após a defesa de Cid relatar que ambos teriam abordado familiares do tenente-coronel para obter informações sobre a colaboração dele.
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No documento escrito, o advogado negou as acusações e solicitou a isenção do depoimento na sede da corporação em São Paulo.
“No único encontro que tive com familiares do Cel. Cid, o momento foi rápido, cordial e totalmente formal”, afirmou Bueno, mencionando o evento na Sociedade Hípica Paulista, em agosto de 2023. Ele relatou que Agnes teria se aproximado para expressar gratidão pela sua ajuda na inscrição da neta, Giovana Cid, no torneio.
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Cunha Bueno também negou ter tentado assumir a defesa de Mauro Cid: “Não poderia, sob nenhuma hipótese, advogar para o Cel. Cid, visto que já estou constituído pelo ex-presidente Jair Bolsonaro nos mesmos autos”.
Ele também afirmou que “recrutar” clientes com advogados já estabelecidos seria “imoral” e violaria o código de ética da profissão.
Na petição, Bueno mencionou que, a pedido de Wajngarten, intermediou a inscrição da filha de Mauro Cid em um torneio da Sociedade Hípica Paulista junto aos organizadores. Ele relatou ter conhecido a mãe do militar durante a competição e que, em nenhum momento, o assunto sobre a colaboração premiada do tenente-coronel, ainda não homologada, foi discutido.
O advogado informou que a própria Agnes, em declaração anexa ao processo, afirmou: “Naquele momento não perguntaram nada sobre a colaboração, até porque eu também não saberia”.
Bueno informou que ele sequer foi incluído no pedido final da defesa de Cid para apuração de eventuais infrações, que visou especificamente os advogados Luiz Eduardo Kuntz e Fábio Waijngarten.
Finalmente, solicitou ao Supremo Tribunal Federal que fosse dispensado do depoimento agendado para esta terça-feira (1º de julho). Argumentou que sua manifestação por escrito já esclarece os fatos: “Permano à disposição para comparecer, exclusivamente com o propósito de ratificar o quanto consigna do nesta petição”.
Fonte por: Poder 360