Muitos empresários acompanham apenas o faturamento, negligenciando um relatório que revela a real saúde da empresa.
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O Balanço Patrimonial é obrigatório por lei em certas estruturas empresariais e adota o regime de competência, registrando receitas e despesas no momento da sua geração, independentemente do efetivo pagamento. Essa característica o distingue do fluxo de caixa, que apenas mensura as movimentações financeiras.
O DRE demonstra
A receita bruta é reduzida com impostos e deduções, obtendo-se a receita líquida. Em seguida, subtrai-se o custo dos produtos ou serviços, resultando no lucro bruto. Posteriormente, são deduzidas as despesas operacionais, até o resultado líquido do exercício. Margem bruta, margem operacional e margem líquida constituem indicadores-chave para avaliar a precificação, a eficiência da gestão e a lucratividade.
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Segundo o empresário e consultor Gabriel Pagliarin, “o DRE é o eletrocardiograma da empresa”. Quando perdi meu negócio de R$ 60 milhões, percebi que olhar apenas o faturamento é como medir a saúde de uma pessoa pela altura. O DRE mostra os sinais vitais antes que seja tarde. Quem não entende o próprio DRE não é empresário, é apostador.
Prevenção e estratégia
Pagliarin explica que emprega o que denomina “Scanner de Saúde Financeira”, avaliando três aspectos cruciais: margem bruta acima de 30%, despesas operacionais controladas em relação à receita e margem líquida superior a 10%. Adicionalmente, sugere a elaboração de um “DRE projetado”, que atua como planejamento para os 12 meses seguintes, prevendo obstáculos antes de sua ocorrência.
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De acordo com dados do Sebrae, 60% das micro e pequenas empresas encerram suas atividades nos primeiros cinco anos, frequentemente devido à ausência de controle financeiro. Bancos e investidores utilizam o DRE como critério para avaliar a viabilidade e o retorno do negócio. “Investidores não investem em faturamento, mas sim em lucratividade sustentável”, afirma Pagliarin.
Análises e monitoramento
O demonstrativo possibilita analisar a progressão da empresa mensalmente ou ao longo de anos, identificando padrões e variações sazonais. Para gestores que ainda não empregam o DRE como instrumento de tomada de decisão, o ponto de partida é estruturar a contabilidade. Apesar do suporte de contadores seja relevante, o empreendedor deve entender cada item do relatório.
O empresário deveria elaborar três versões: um DRE semanal simplificado, alertas de variações de margens e um comparativo com o mesmo período do ano anterior. Isso transforma o relatório em ferramenta de gestão, e não apenas em obrigação contábil, orienta Pagliarin.
O suporte da tecnologia.
Os sistemas de gestão agora possibilitam a criação automática de relatórios de DRE, simplificando a leitura e o monitoramento contínuo. A ênfase, conforme opiniões de especialistas, reside em converter os dados em decisões para assegurar a saúde e a preparação da empresa para o crescimento.
Fonte por: Carta Capital