O desenvolvimento deve ser limitado, afirma Txai Suruí
Conselho consultivo da ONU sobre mudanças climáticas terá representante indígena.

Em 2021, durante a COP26 em Glasgow, a jovem liderança do ativismo indígena Txai Suruí foi a única brasileira a proferir um discurso na principal tribuna da conferência climática. Nesse ano, ela foi nomeada para um conselho da ONU sobre mudanças climáticas – uma posição que potencializa sua voz global e reforça sua representatividade indígena em um momento crucial de preparação para a COP30 no Brasil.
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O Txai se organiza no movimento indígena e entre os jovens para assegurar uma participação relevante na próxima Conferência. Destaca a importância de que a sociedade civil — incluindo povos indígenas, movimento ambiental e outros movimentos sociais — exerça um papel ativo no processo de negociação.
A CNN, o Txai argumentou sobre a necessidade de ação climática, e discorreu sobre a relevância de preservar os conhecidos “Guardiões da Floresta” para assegurar um futuro sustentável no planeta.
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Em 2021, você afirmou em Glasgow que a ação climática deveria ser “agora”, não em 2030 ou 2050. Atualmente estamos em 2025. Como avalia os preparativos para a COP30 e quais são as expectativas de resultados práticos?
Nós, como movimento indígena, como jovens, já estamos nos mobilizando para garantir uma grande presença na COP 30. Uma diferença que acredito que haverá é exatamente a participação da sociedade civil.
É reconhecido que as Cops anteriores permitiam, em certos contextos, regimes mais restritivos. No Brasil, voltaremos a possibilitar a realização de manifestações.
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Há uma grande participação do movimento indígena, ambiental e dos movimentos sociais em geral. Acredito que isso representa uma grande diferença. Temos afirmado que não toleramos que esses debates ocorram sem nossa presença e sem nossas vozes.
Nós, estando presente, deixamos evidente e demonstramos que estamos atentos. Observamos o que eles estão realizando. E vamos, sim, exercer pressão, e, se for necessário, constranger esses representantes nossos. Pois dessa forma podemos alterar o rumo das negociações.
Muitos argumentam que não faz sentido defender a proteção da floresta sem também proteger as pessoas que dela dependem. Qual é a sua avaliação da atuação das lideranças mundiais em relação aos povos que habitam a floresta?
O povo indígena possui grandes líderes. Meu pai é Laboy Hagana (liderança maior do povo para instruir). Meu avô também foi um Laboy e ele ensinou para o meu pai como que um Laboy deve ser.
Um líder, certamente deve ser humilde. Ele precisa saber ouvir, pois não se pode representar se não se ouve o seu liderado. É necessário saber receber críticas também, pois os representantes não estão ali para substituir, mas sim para conduzir a voz da sua comunidade.
Meu avô dizia que um grande líder deve se importar com seu povo, desejar sua felicidade e proporcionar qualidade de vida às pessoas. Além disso, ele afirmava que precisava ter uma boa oratória. O bom líder deve saber mediar e o clima, atualmente, necessita disso.
Não estamos tendo bons líderes, ao conceito que meu avô e meu pai entendiam. Pelo contrário. Estamos tendo líderes ruins, representantes ruins, porque eles parecem não estar preocupados verdadeiramente com a população ou com os moradores das florestas.
Qual, na sua avaliação, as pessoas esperam deste momento de transição climática?
Atualmente, é evidente que o desejo da população está relacionado às mudanças climáticas. Milhões e milhões de pessoas já são afetadas, não é? Muitas pessoas já morreram devido às mudanças climáticas, outras estão tendo que migrar por causa das mudanças climáticas.
Como mencionei, em nossa terra indígena, o calor já afeta nossas plantações. Há também a seca.
Atualmente, o principal desejo das pessoas é a vida, é o futuro… é ter um futuro habitável. Porque não se é contra o desenvolvimento, não é?
Não se pode desenvolver a qualquer preço. É necessário um desenvolvimento sustentável. Do que adianta desenvolver se o custo é a nossa vida?
Observo que os grandes líderes não estão cumprindo o papel que deveriam, que é considerar a população, ouvir, ter humildade e escutar os governos. É necessário não apenas de palavras, mas com ações.
Já se sabe de tudo o que está ocorrendo neste momento de crises climáticas. E já se sabe, também, do que precisa ser feito. E o que falta é fazer.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação Clique Fatos
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