O custo da guerra comercial entre EUA e China é estimado em US$ 450,1 bilhões, segundo a ONU

China, União Europeia, Japão e Reino Unido são os países mais impactados; observe os efeitos nos produtos do país.

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(Imagem de reprodução da internet).

As tarifas implementadas por Donald Trump contra o mundo acarretarão perdas comerciais de US$ 450,1 bilhões (aproximadamente R$ 2,5 trilhões), o que diminuirá o Produto Interno Bruto (PIB) real do país em 0,8% na próxima década.

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Os dados foram compilados pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pela Fundação Hinrich, com informações da TINA (Consultor de Inteligência Comercial e Negociação, traduzido do inglês), e divulgados nesta semana.

Em 2024, o Produto Interno Bruto do Brasil atingiu R$ 2,18 trilhões, que representou cerca de 90% do valor estimado pela ONU.

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Os impactos mais relevantes são previstos na China (-US$ 156,6 bilhões), na União Europeia (-US$ 92,6 bilhões) e no Japão (-US$ 27,7 bilhões).

O Brasil terá US$ 8,7 bilhões (cerca de R$ 47,5 bilhões) perdidos devido à tarifa, segundo a estimativa. As exportações totais do Brasil em 2024 atingiram US$ 337 bilhões, o que, teoricamente, representaria uma redução de 2,58% no valor.

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Para a contagem, a organização analisou a demanda de importações de 170 países e 27 membros da União Europeia. Canadá e México foram excluídos do conjunto de dados, em razão de terem sido previamente sujeitos a uma série de tarifas.

Aumento mais elevado desde 1933

Desde que Trump 2.0 se consolidou, a prioridade da administração republicana foi a interrupção do comércio global, com o argumento de impulsionar as indústrias nacionais americanas.

Foi eleito com base na premissa de restabelecer as finanças dos Estados Unidos por meio de políticas econômicas protecionistas. Os dados da ONU, embora evidenciem o impacto dessas medidas na economia global, são mais complexos de comprovar (e de avaliar o resultado – seja ele positivo ou negativo – do protecionismo).

No contexto em questão, o Laboratório de Orçamento da Universidade de Yale estima, semanalmente, o impacto direto das tarifas no poder de compra dos consumidores americanos.

O Brasil perdeu cerca de US$ 8,7 bilhões (equivalente a R$ 47,5 bilhões) devido à implementação da tarifa zero.

No último relatório do centro de pesquisa, datado de 7 de agosto, constatou-se que os americanos enfrentariam uma taxa média de 18,6% sobre todos os produtos que consomem. Esta é a maior alta desde 1933.

A variação é de 16,2 pontos percentuais em relação a janeiro de 2025. Isso indica que a taxa atual é aproximadamente o oito vezes maior do que os consumidores estavam enfrentando há oito meses.

Com base nesses dados, o laboratório estima o impacto nos produtos em curto prazo (2027) e longo prazo (2028).

Os dados indicam incrementos significativos nos preços de roupas: a alta é de 39% em artigos de couro, como sapatos e bolsas; 37% em vestuário e 21% em tecidos. Até 2028, os preços permanecerão, respectivamente, 19%, 18% e 11% superiores.

Os preços dos alimentos elevam-se 3,2% no curto prazo e permanecem 2,9% mais altos no longo. Os preços dos veículos automotores aumentam 12,4% no curto prazo e 9,4% no longo prazo (o que representa um adicional de US$ 6 mil e US$ 4,5 mil ao preço médio de um carro novo de 2024).

Os metais apresentam um aumento de 41% no curto prazo e 17% no longo prazo. As colheitas, por outro lado, devem crescer em 31,5% até 2027 e 18% até 2028. “Isto explica porque carros e alimentos ficarão mais caros para os consumidores americanos no futuro”, afirma o relatório de Yale.

Americanos apresentam a maior taxa média de impostos desde 1933.

A procura do consumidor norte-americano por alternativas implica na demanda por maior produção local. Contudo, muitos produtos ainda são fabricados com matérias-primas importadas, que também sofrem com altas tarifas.

Os aumentos podem resultar em uma queda média de renda familiar de US$ 2.700 em 2025. Isso impacta de forma mais significativa aqueles com menor poder aquisitivo: a perda das famílias na base da pirâmide familiar é três vezes maior do que os que estão no topo da pirâmide (-3,8% x -1,1%).

Trade-off.

O presidente Donald Trump tem discutido regularmente a arrecadação tarifária histórica que o governo dos EUA obteve desde o início da tarifação. “Temos muito dinheiro entrando, muito mais dinheiro do que o país já viu”, declarou Trump no último fim de semana, em coletiva de imprensa.

É verdade. O governo arrecadou cerca de 30 bilhões de dólares em receitas tarifárias no mês passado, de acordo com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Isso representa um aumento de 242% na receita tarifária em comparação com julho do ano anterior.

No entanto, economistas consultados têm amplamente rejeitado a política comercial de Trump, que já está elevando os custos para empresas e consumidores.

Os dados da ONU e de Yale confirmam essa tese. No relatório da Universidade, o tarifaçamento é descrito como um trade-off – ganha-perde. Enquanto a produção industrial dos EUA deve crescer 2,1%, os ganhos serão superados por outros setores: a produção da construção civil contrairá 3,6% e a agricultura, 0,8%.

O centro de pesquisa também projetou declínios no Produto Interno Bruto, no número de empregos e na folha de pagamento dos funcionários em 2025.

Yale estima que aumentos provenientes das tarifas causarão uma queda média de renda familiar de US$ 2.700 em 2025.

Os dólares arrecadados pelas tarifas de importação impostas por Donald Trump foram, em sua grande maioria, utilizados para financiar a dívida interna dos Estados Unidos. O Tesouro americano reportou que a maior parte dos cerca de 20 bilhões de dólares coletados entre 2018 e 2019 foi empregada para reduzir o déficit orçamentário, diminuindo o valor da dívida pública. Uma pequena parcela foi destinada a outras áreas, como a construção de um muro na fronteira com o México.

Informações de Sofia Kercher, em colaboração para a CNN; e Elisabeth Buchwald, da CNN

Fonte por: CNN Brasil

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