O consumo de álcool durante a gravidez pode levar ao Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal
Uma pesquisa conduzida por cientistas do Laboratório de Bioinformática e Neurogenética (LaBiN) do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) demonstrou que a ingestão de etanol (EtOH), substância presente nas bebidas alcoólicas, na gestação pode afetar o desenvolvimento cerebral do feto.

Pesquisas do Laboratório de Bioinformática e Neurogenética (LaBiN), do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), demonstraram que a ingestão de etanol (EtOH), substância presente em bebidas alcoólicas, na gestação pode afetar o desenvolvimento neurológico do feto. Essa exposição pode resultar no Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal (TEAF), caracterizado por dificuldades físicas, cognitivas e de comportamento, frequentemente confundido com o autismo, em crianças pequenas.
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O etanol modifica a organização da estrutura que compacta o DNA (cromatina) e compromete o desenvolvimento da formação de redes neurais funcionais no desenvolvimento cerebral. A exposição ao álcool afeta negativamente tanto a formação quanto a atividade dessas redes.
Pesquisas anteriores já indicaram que o consumo de álcool durante a gestação pode causar transtornos conhecidos como Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal, que englobam deficiências físicas, mentais e comportamentais, podendo se associar ao autismo, principalmente em crianças pequenas. Nos Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 20 nascimentos seja afetado pelo TEAF, porém não há dados concretos sobre a incidência no Brasil, afirmou o pesquisador e coordenador do LabiN, Roberto Hirochi Herai.
Segundo estudo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), houve elevação de 10,5% para 15,2% na porcentagem de mulheres que consomem bebidas alcoólicas em excesso entre 2010 e 2023. Entre os homens, a taxa manteve-se estável em 27% para 27,3%. Na população em geral, o aumento foi de 18,1% para 20,8%. “No caso de mulheres grávidas, os riscos associados ao álcool são ainda maiores, pois ainda não há dados que indiquem se existe uma quantidade segura do consumo de álcool durante uma gestação”, afirmam os pesquisadores.
Para um dos autores do estudo, Bruno Guerra, os efeitos moleculares do consumo de álcool durante a gestação no desenvolvimento do córtex cerebral fetal humano ainda são pouco conhecidos.
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Compreender a base das mudanças moleculares, incluindo os problemas que são causados nas células cerebrais, contribuirá para o desenvolvimento de futuras terapias de tratamento para as TEAF e para o esclarecimento das alterações relacionadas aos processos neurobiológicos. Isso possibilitará a geração de mais dados que possam auxiliar na criação de políticas de saúde pública relacionadas ao consumo de álcool por gestantes.
Agência Brasil
Fonte por: Tribuna do Norte
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.