O chefe do Banco Central considera que a discussão sobre a redução da taxa Selic ainda é prematura
Diogo Abry Guillen afirmou que o debate é “longe”; o banco central aumentou a taxa para 15% ao ano.

O diretor de Política Econômica do BC (Banco Central), Diogo Abry Guillen, afirmou em 27 de junho de 2025 que é “prematuro” o debate sobre o corte da taxa Selic no Copom (Comitê de Política Monetária). A autoridade monetária indicou que a taxa de juros permanece em patamar restritivo por um período “bastante prolongado”.
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“Parece um debate muito distante. O debate de corte não faz parte do Copom”, disse em participação no Barclays Day in Brazil, organizado pelo Banco Barclays, em São Paulo. “Na minha cabeça, a função-reação que a gente tem delineada não tem mudado. Seja no período de alta, seja no período de baixa.”
Ele declarou que o Banco Central irá examinar as variáveis macroeconômicas, porém é prematuro que a autoridade monetária se dedique a elaborar qualquer tipo de ajuste descendente.
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Ele declarou que tanto a inflação calculada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) quanto outros índices indicam que a taxa está acima do objetivo de 3% e da faixa permitida até 4,5%. Disse que não se trata de um fator particular que justifique a inflação mais elevada.
O ponto é que mantém-se acima da média os núcleos, declarou o diretor. Ele afirmou que, além da inflação atual estar acima, as expectativas para o índice estão “desancoradas”. Defendeu que esse cenário causa desconforto, principalmente pelo longo período de desancoragem das expectativas.
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Guillen declarou que os atos do Copom indicam que o Banco Central tem trabalhado para a convergência da inflação para a meta. Em relação à sinalização de interrupção do ciclo de elevação das taxas de juros, o diretor afirmou que se trata de uma “pausa para observar” e “avaliar” se os aumentos sucessivos da Selic foram suficientes para alcançar o objetivo de atingir a meta.
O Banco Central elevou de 1,9% para 2,1% a projeção para o crescimento do PIB de 2025 e reduziu de 5,1% para 4,9% a estimativa para a inflação deste ano.
O Comitê de Política Monetária afirmou que a redução da inflação é prevista devido à manutenção de uma política monetária restritiva. O Copom elevou para 15% ao ano a taxa básica, a Selic. A taxa base está no maior patamar em quase 20 anos. Indicou que permanecerá neste nível por um período prolongado e que o efeito da política monetária restritiva ainda está por vir.
O biênio de Guillen cessa em dezembro de 2025. Questionado sobre a possibilidade de aceitar um possível convite do presidente do BC, Gabriel Galípolo, para retornar à função, o diretor afirmou que tem se dedicado a evitar que o trabalho cause inflação na meta. “Essa eventual recondução não tem sido um assunto por enquanto”, declarou.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.