O cérebro compreende a emoção genuína do outro, mesmo sem consciência disso

Os participantes foram submetidos a um segundo experimento, onde visualizaram vídeos de indivíduos descrevendo suas vivências emocionais.

30/07/2025 5:33

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O cérebro compreende a emoção genuína do outro, mesmo sem consciência disso
(Imagem de reprodução da internet).

Uma pesquisa inédita, com o auxílio de ressonância magnética funcional (RMf), revelou que nossos cérebros conseguem captar e representar internamente a intenção emocional de outra pessoa, mesmo quando não temos consciência disso ou fazemos uma inferência incorreta.

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A capacidade de ler e interpretar sentimentos verdadeiros, uma das habilidades fundamentais para a vida em sociedade, já havia sido associada a áreas do cérebro em investigações anteriores. Contudo, essas pesquisas não diferenciavam o que o indivíduo sentia (intenção) do que os outros detectavam (inferência emocional).

Um estudo publicado recentemente na revista Nature Communications demonstra que nossos cérebros processam de forma distinta esses dois aspectos, e que o sucesso na nossa percepção (a inferência) depende, em parte, de que esse processamento se alinhe com a intenção real do emissor.

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A razão é fundamental para compreender as variações na empatia, pois, embora o cérebro processe sinais emocionais automaticamente e com precisão, a interpretação consciente (a inferência) pode distorcer ou não refletir o que está sendo comunicado.

A discrepância entre o que o cérebro percebe e o que a consciência infere contribui para que frequentemente “sentamos” que alguém está mal, mesmo que ela declare que está bem, e vice-versa. Em outras palavras, a empatia depende do alinhamento da percepção inconsciente com a inferência consciente.

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Qual é o modo como o cérebro consegue reconhecer sentimentos de outras pessoas?

Os pesquisadores avaliaram suas hipóteses submetendo 100 voluntários a sessões de ressonância magnética. O resultado foi notável: o cérebro processa simultaneamente nossas interpretações conscientes sobre os sentimentos dos outros e as emoções que essas pessoas realmente desejam expressar.

Os participantes visualizaram vídeos de relatos de experiências emocionais, avaliando continuamente a intensidade dos sentimentos apresentados. A atividade cerebral dos observadores foi monitorada em tempo real, identificando a resposta das áreas neurais.

Já existia um fator primordial: os narradores dos vídeos já haviam autoavaliado sua intensidade emocional durante as filmagens. Isso ofereceu aos pesquisadores uma referência objetiva valiosa – a “verdade fundamental” dos sentimentos autênticos, para serem comparados com as percepções.

Através de algoritmos de aprendizado de máquina, os autores construíram dois modelos: um para prever as emoções declaradas pelos narradores e outro para identificar as inferências conscientes dos observadores. Os sistemas demonstraram redes neurais diferenciadas para cada um desses processos.

Foi notável perceber que, mesmo em face de interpretações errôneas, o cérebro continha sinais latentes das emoções verdadeiras dos relatores. Isso significa que nosso sistema nervoso capta inconscientemente mais informações emocionais do que conseguimos acessar conscientemente.

Implicações da pesquisa e importância da empatia.

Ao mensurarem a sincronização entre a intenção emocional genuína e a inferência consciente, os pesquisadores identificaram que indivíduos com maior “afinidade” entre esses dois sistemas neurais exibem maior empatia e conseguem perceber as emoções de outros com maior exatidão.

Isso implica que a empatia transcende a simples percepção de sinais: é necessário acessar conscientemente o que já captamos de forma inconsciente. Em termos mais simples: não se trata de “aprimorar a nossa antena”, pois ela já funciona; mas sim de calibrar melhor o nosso receptor e evitar interferências.

Os autores obtêm a detecção automática de emoções por meio de padrões de reconhecimento emocional que aprendem e aprimoram ao longo da vida. Contudo, nossa inferência deliberada fica “contaminada” por nossa bagagem pessoal de memórias e preconceitos, tornando-se menos precisa.

A principal característica desta pesquisa foi a utilização de narrativas dinâmicas e genuínas, que refletem a complexidade da comunicação humana. A análise das emoções e expressões autênticas (não simuladas) proporcionou percepções mais precisas sobre o processamento emocional em situações cotidianas.

Em circunstâncias que impactam o funcionamento social, como autismo e esquizofrenia, as implicações clínicas são promissoras. Terapias futuras poderiam fortalecer a conexão entre o que essas pessoas já percebem (inconscientemente) e o que conseguem processar (conscientemente), aprimorando sua autonomia social.

A principal conclusão deste estudo é que a empatia não é relevante apenas para relacionamentos pessoais, mas sim o que sustenta o funcionamento de nossas comunidades e sociedades. A comunicação e a compreensão dos sentimentos alheios formam o tecido social que possibilita a convivência em harmonia.

Fonte por: CNN Brasil

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