O BRICS adverte sobre o emprego de inteligência artificial na disseminação de desinformação e o potencial de incitação a conflitos sociais
Líderes destacaram a necessidade de uma governança colaborativa, envolvendo países em distintos níveis de desenvolvimento.

Os líderes do BRICS alertaram sobre o emprego de inteligência artificial (IA) como instrumento para desinformação e manipulação da opinião pública, e os riscos da tecnologia em relação à incitação e agitação social e à perda de confiança nas instituições públicas.
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A criação de textos, imagens, áudios e conteúdo de vídeo falsos com aparência realista representa ameaças consideráveis à integridade e autenticidade das informações e pode levar à manipulação da opinião pública, incitação à agitação social e enfraquecimento da confiança nas instituições públicas.
Os líderes destacaram esforços para promover a integridade das informações e maior centralidade em estratégias, em declaração sobre governança global da IA, após o encerramento do primeiro dia da Cúpula do Brics, neste domingo (6).
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A abordagem contempla o desenvolvimento de instrumentos para identificar prontamente a desinformação e a informação falsa, o estímulo da alfabetização digital e das competências críticas dos indivíduos para avaliar melhor os conteúdos digitais e o estabelecimento de diretrizes e regulamentos éticos claros, em linha com a necessidade de proteção da privacidade e dos dados digitais e o desenvolvimento e utilização de tecnologias de IA na divulgação de informações.
O documento publicado neste domingo também enfatiza a busca por soberania digital, com foco em cada país buscar formas próprias de aproveitar os benefícios da economia digital e das tecnologias emergentes.
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Os líderes do BRICS ainda destacaram esforços para uma governança colaborativa, com a participação de países em distintos níveis de desenvolvimento.
Reconhecendo o papel essencial e de liderança dos governos na gestão da IA, trabalharemos em estreita colaboração com o setor privado, organizações da sociedade civil, organizações internacionais, comunidades técnicas e acadêmicas e demais atores relevantes, visando à inclusão e representatividade.
A CNN já havia divulgado trechos da declaração, com a defesa dos integrantes do Brics sobre uma governança de IA que visa “mitigar riscos potenciais” e “atender às necessidades de todos os países, incluindo o Sul Global”.
É necessário um esforço global coletivo para estabelecer uma governança de IA que represente nossos valores compartilhados, minimize riscos, promova confiança e assegure colaboração e acesso internacional amplo e inclusivo, incluindo capacitação para países em desenvolvimento, com as Nações Unidas no centro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia discutido o tema da IA no domingo, durante o primeiro dia da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro. O petista afirmou que a tecnologia não pode ser um privilégio de alguns países, nem uma ferramenta de manipulação por bilionários.
O avanço da Inteligência Artificial não deve ser um privilégio de alguns países, nem uma ferramenta de manipulação nas mãos de grandes fortunas. Também não é viável seguir em frente sem a colaboração do setor privado e das organizações da sociedade civil.
Publicado por Gabriel Bosa, com informações de Daniel Rittner e Jussara Soares, da CNN
A maioria das pessoas acredita que o uso de inteligência artificial é adequado para tomadas de decisões financeiras.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.