A guerra tarifária iniciada por Donald Trump não apenas gera mais inflação e perda da atividade econômica entre os países envolvidos, mas também representa um retrocesso em ideias econômicas. Com as tarifas, a riqueza de um país passa a ser vista como relacionada ao protecionismo comercial sobre o outro, o que é falso. Inicialmente, há a falsa impressão de que a indústria nacional se fortalece sem a concorrência externa. No entanto, o efeito é exatamente o oposto: sem competição, a indústria se acomoda e passa a viver de subsídios e protecionismo estatal. Inclusive, essa constatação foi observada pelo ex-presidente Ronald Reagan, ídolo da direita americana.
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Outra questão reside no fato de que, por meio do protecionismo, as importações se tornam mais dispendiosas, elevando os custos para as empresas e para os consumidores. Além do efeito inflacionário, a indústria enfrenta maiores dificuldades de crescimento, visto que máquinas e tecnologias estrangeiras se tornam mais caras, o que, em alguns casos, impede o acesso a bens de capital.
Não é por acaso que a teoria econômica e a evidência empírica estabelecem uma relação clara entre o desenvolvimento de uma nação e o livre comércio. A própria experiência brasileira da década de 80 confirma essa relação: o país era altamente protecionista, com uma indústria bem atrasada comparativamente ao resto do mundo. Por todas essas razões, o Brasil não deveria praticar tarifas recíprocas contra os EUA. Protecionismo é um remédio que se volta contra si mesmo.
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Fonte por: Jovem Pan
