O lobista Christian Simões e o diretor da fintech I9Pay, Patrick Burnett, trocaram mensagens sobre um plano para conseguir um empréstimo de grande valor utilizando documentos adulterados. A Polícia Federal identificou as conversas nesta segunda-feira (23.jun.2025) no âmbito de uma investigação relacionada à lavagem de dinheiro.
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A dupla pretendia utilizar documentos falsos que aumentavam o capital da I9Pay para R$ 6 milhões e manipulavam balanços financeiros negativos para obter a aprovação do crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDS).
Simões cita em suas mensagens uma colaboradora do BNDES.
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“Agora vou abrir a conta para você: conversei com a Tainá e você tem lá trezentos milhões mesmo viu, menino! Vou buscar esse dinheiro para você, trezentos milhões você tem mesmo viu, eu gosto de você porque você não mente, você é um cara verdadeiro”, escreveu o lobista para Burnett.
O empresário respondeu: “Fala mestre, como está? Tudo bem? Beleza aí? Bom, eu tô com a senha aqui, sexta-feira eu estou com mago, já pra estruturar já não números né? Porque eu vou dar a entrada com cento e sessenta tá, e aí vai bingar!”
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A investigação preliminar da Polícia Federal focou em fintechs que operavam como bancos e prestavam serviços financeiros sem a supervisão do Banco Central. Entre os clientes dessas empresas estavam empresas de ônibus paulistas com ligações ao Primeiro Comando da Capital.
Simões, em uma mensagem, menciona sua suposta influência como uma vantagem particular. “Eu confio no que você fala, entendeu, e eu não quero queimar essa boca minha do BNDES, não, entendeu?” declarou.
Antes da operação policial, o lobista seguiu alimentando expectativas: “Olha, até outubro seu dinheiro está na mão tá, foi o prometido”. Em outra mensagem, reforçou: “E prometeram pra mim até outubro, tá? O seu está garantido no seu e mais três”.
A PF investiga Simões sob duas hipóteses. A primeira postula que ele possuía contato com o BNDES para agilizar a aprovação do empréstimo. A segunda sugere que o lobista comercializava influência indevida, visto que não constam registros de sua entrada no banco federal.
O BNDES comunicou que seus mecanismos de compliance operaram adequadamente e evitaram a ocorrência da fraude. A instituição declarou apoio às investigações da Polícia Federal e é considerada vítima no caso.
Fonte por: Poder 360
