Conselho de Política Monetária (Copom) projeta aumento nos preços da energia elétrica, com bandeiras tarifárias no nível 2 em julho.
O Banco Central revisou a previsão de inflação para o Brasil, agora estimada em 4,9% para 2025, com meta de 3%, em um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. O novo dado está presente no Relatório de Política Monetária, o segundo documento publicado pela autoridade monetária neste ano.
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A inflação do Brasil foi de 5,4% no acumulado de 12 meses até junho. Estimar-se que termine o ano de 2025 em 4,9%. A meta será atingida somente no 1º trimestre de 2026, em março, com 4,2%.
O Banco Central avalia que a chance de a inflação ultrapassar o teto da meta é de 68% em 2025. Para os anos de 2026 e 2027, as estimativas são de 26% e 17%, respectivamente.
O Banco Central utiliza as medianas das previsões dos especialistas do mercado financeiro quanto à taxa básica, a Selic , e ao dólar para realizar suas estimativas.
O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou para 15% ao ano a taxa básica, a Selic. A taxa de juro base está no maior patamar em quase 20 anos. A política monetária tem efeito defasado na economia. O Banco Central informou que o “horizonte relevante” é até o 4º trimestre de 2026, quando a inflação projetada é de 3,6%.
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A Autoridade Monetária projetou que os preços de alimentos apresentem flutuações menores no curto período. Declarou que a sazonalidade é mais propícia a essa redução da volatilidade nos preços dos produtos alimentícios. Além disso, a instituição espera uma desaceleração nos preços de alimentos industrializados.
A interrupção das exportações de aves devido ao caso de gripe aviária em Montenegro (RS) pode causar uma redução nos preços da carne de frango no curto prazo, contudo, a projeção inclui a retomada dos valores com a normalização das vendas externas. A inflação de bens industriais deve permanecer elevada em relação ao padrão histórico do setor, afirmou o BC.
O Banco Central afirmou que os preços administrados — que são aqueles determinados em contratos por governos ou agências reguladoras, como a conta de luz e os combustíveis — devem apresentar variações “muito associadas ao subitem energia elétrica residencial”.
O relatório indica que o agravamento do cenário hídrico provocará a elevação da bandeira tarifária para nível 2 vermelho em julho e agosto. Atualmente, o sistema está em nível 1.
O Relatório de Política Monetária substitui o Relatório Trimestral de Inflação. Na prática, o documento tem como objetivo apresentar o desempenho da estratégia de meta de inflação, os resultados das decisões passadas de política monetária e a avaliação prospectiva da inflação.
O Banco Central também deverá publicar as justificativas para eventuais falhas na meta de inflação. Isso será realizado por meio de anotação no Relatório de Política Monetária e em carta aberta ao Ministério da Fazenda.
Este documento deve ter:
Caso a inflação não retorne ao intervalo de tolerância da meta no prazo estabelecido na nota e na carta, o Banco Central deverá publicar uma segunda carta. A autoridade monetária também deverá divulgar outro documento se considerar necessário “atualizar as medidas ou o prazo esperado para o retorno da inflação ao intervalo de tolerância da meta.”
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.