O Banco Central necessita de tempo considerável para analisar a dinâmica dos dados, afirma gestor

O Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, elevando-a para 15% ao ano, indicando a interrupção do ciclo de alta na próxima reunião …

02/07/2025 15:27

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou nesta quarta-feira (2) que a autarquia necessita de tempo suficiente para observar a inflação evoluindo conforme o desejado pela autoridade monetária, enfatizando que a meta de 3% será mantida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

David declarou, em conferência do Citi, em São Paulo, que a visão de que a Selic, em 15% ao ano, encontra-se em patamar restritivo é um consenso consolidado no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Não há um número que sirva para resolver a questão, sempre é uma série, uma construção, e é isso que a gente busca. Então, “bastante prolongado” é que a gente vai precisar de bastante tempo para ver essa série evoluindo para onde a gente quer por ora.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual nesta mês, para 15% ao ano, já sinalizando que o ciclo de alta será interrompido no próximo encontro de política monetária, no final deste mês, e prevendo a manutenção da taxa nesse patamar por período considerável.

O diretor afirmou que há indícios de que a política monetária está funcionando e que a economia está retornando ao seu potencial. Acrescentou que, por lei, o Banco Central não tem alternativa: a meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e o Banco Central a seguirá.

Leia também:

No evento, David mencionou uma série de ruídos que podem ter comprometido as análises do mercado em relação à taxa neutra no país – aquele patamar que não estimula nem resfria a atividade.

Ele mencionou, entre outras coisas, a aprovação no final de 2023 da taxação de fundos exclusivos e offshore, o que provocou uma demanda excepcional por títulos isentos. Segundo ele, essa movimentação resultou em uma diminuição do spread para a captação de crédito por empresas, indo contra o que se esperava em um cenário de aperto monetário.

Após mencionar outros estímulos isolados à economia, como o pagamento de precatórios pendentes, o diretor declarou que a avaliação sobre as taxas de juros do país deve considerar aspectos estruturais.

“Somando essas camadas, a percepção de que os juros neutros de 5% são baixos é quase que imediata”, afirmou David, em referência aos ruídos que influenciaram a análise do mercado sobre o juro neutro no país. “Se retirar esses eventos, poderia chegar a algo mais próximo do que pensa o BC.”

David reiterou que existem indícios de que a política monetária está atuando e que a economia está voltando para sua capacidade máxima.

Ademais, David declarou que o mundo enfrenta um cenário de incerteza maior do que o habitual, mencionando a política econômica dos Estados Unidos.

O Brasil ocupa a segunda maior taxa de juros reais no mundo, após o aumento da taxa Selic.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.