O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, afirmou nesta quarta-feira (27) que o Banco Central está começando a vencer a batalha contra as altas expectativas de inflação, o que sugere que a autarquia deve prosseguir com sua estratégia de política monetária atual para alcançar seus objetivos.
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Em declarações a jornalistas em São Paulo, Mesquita declarou que o banco tem notado uma desaceleração lenta da inflação no Brasil, prevendo que o Banco Central não deve reduzir a taxa de juros até pelo menos o primeiro trimestre do próximo ano.
Mesquita afirmou: “O Banco Central está começando a ganhar a batalha das expectativas (de inflação), isso é muito bom”. Acrescentou: “A política monetária está começando a colher os frutos do esforço todo que foi feito, o que em nossa cabeça é um estímulo para manter a postura atual”.
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Em dezembro, o Banco Central interrompeu o ciclo de aumento das taxas de juros básicas e manteve a taxa Selic em 15%, com previsão de manutenção por um período consideravelmente longo, buscando a convergência da inflação para a meta de 3%.
A autarquia também tem demonstrado preocupações com as expectativas de inflação desancoradas, a resiliência da atividade econômica e as pressões no mercado de trabalho.
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O Banco Central tem recebido notícias positivas de sua pesquisa Focus com analistas. No levantamento divulgado nesta semana, os entrevistados diminuíram a expectativa para a inflação de 2025 para 4,86%, de 4,95% anteriormente.
Em 2026, a projeção recuou pela sexta semana consecutiva, atingindo 4,33%, em comparação com 4,40% na pesquisa anterior.
Adicionalmente ao caráter restritivo das taxas de juros, outro fator que tem contribuído para o alívio nas projeções de inflação para o ano corrente é o enfraquecimento do dólar em relação ao real nos últimos meses, em um movimento que acompanha a deterioração do valor da moeda norte-americana globalmente.
O real se fortaleceu em consonância com outras moedas. Observamos um episódio de enfraquecimento do dólar, afirmou Mesquita nesta quarta-feira (27). “Há mais espaço para o dólar cair (globalmente). O dólar caindo, traria o real, mas não necessariamente.”
O dólar registra queda de 11,8% em relação ao real ao longo do ano.
O Brasil ocupa a segunda maior taxa de juros reais do mundo, após o aumento da taxa Selic.
Fonte por: CNN Brasil