O acordo de cessar-fogo no sul da Síria continua válido, apesar da pressão dos Estados Unidos
O acordo de cessar-fogo estabelecido pelo governo, grupos drusos e tribos beduínas no sábado apresentou sinais de manutenção no domingo, contudo, as com…

O governo sírio afirmou que os combates na cidade de Suwayda, no sul do país, terminaram após uma semana de violência que resultou em centenas de mortos, provocando intervenção israelense e condenação dos Estados Unidos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O cessar-fogo estabelecido pelo governo, grupos drusos e tribos beduínas, na sexta-feira, pareceu ser mantido no sábado, porém, as comunicações com a província permanecem desafiadoras.
Não foram registrados incidentes de disparos na cidade de Suwayda no domingo (20).
Leia também:

A limusine de Xi Jinping é um símbolo duradouro da China comunista

Ataque cardíaco mata homem em SP

Presidentes europeus se encontram com Zelensky para abordar assegurações à Ucrânia
Após vários dias de combates na província de Suwayda, as Forças de Segurança Interna conseguiram restabelecer a ordem após sua atuação nas áreas norte e oeste, informou o ministro do Interior da Síria, Anas Khattab, em publicação no X.
Conseguiram estabelecer o cessar-fogo na cidade de Suwayda, possibilitando a etapa de permuta de detentos e a retomada progressiva da tranquilidade em toda a província, afirmou ele.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A troca de detentos ainda não ocorreu.
O representante dos EUA na Síria, Thomas Barrack, afirmou no domingo: “A intensificação dos combates somente pode ser controlada com um acordo para cessar a violência, proteger os civis, possibilitar o acesso humanitário e retirar o risco.”
Uma equipe de assistência do SARC (Crescente Vermelho Árabe Sírio) entrou na província de Suwayda à tarde de domingo, transportando medicamentos e alimentos, porém em outros locais o Ministério da Saúde sírio informou que o acesso foi recusado.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, solicitou no sábado ao governo sírio que empregue suas forças de segurança para evitar que “jihadistas violentos” ingressem em Suwayda e “cometa assassinatos”.
Combatentes tribais beduínos protagonizaram confrontos com grupos drusos nas áreas ocidentais da cidade no sábado.
A facção Liderança Espiritual acusou os grupos beduínos de não cumprirem o cessar-fogo e solicitou “a retirada total de todas as forças filiadas ao governo de Damasco, incluindo o Exército, agências de segurança e milícias, da área montanhosa e de todas as suas cidades e vilas”.
A violência irrompeu em Suwayda na semana passada, após a intervenção de forças sírias em confrontos entre os drusos e tribos beduínas locais.
Os drusos são um grupo religioso árabe que adota uma vertente do islamismo que não admite conversões — nem para a religião, nem para fora dela — nem casamentos mistos.
O grupo beduíno seminômade é majoritariamente tribal, com árvores genealógicas que se estendem até Gaza e ao norte do Sinai, no Egito.
O ataque aéreo de Israel em Damasco, na quarta-feira, ocorreu devido ao envolvimento do governo sírio nos conflitos de Suwayda.
Israel, que tem realizado ataques na Síria desde a queda do governo de Assad em dezembro passado, alegou ter atacado Damasco para defender a população drusa. Também houve manifestações de ceticismo por parte de autoridades israelenses em relação ao novo governo sírio, que consideram ser influenciado por extremistas sunitas.
O ministro do Interior sírio, Khattab, declarou no domingo que o envio das forças de segurança interna do país representa uma salvaguarda para a estabilidade e a desescalada, e um primeiro passo para controlar o caos das armas e reforçar a segurança.
“Nossa prioridade é a cessação completa dos tiros, permitindo que o estado retome seu papel de restaurar a vida normal na cidade de Suwayda e no restante da província”, declarou ele.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.