O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, votou nesta sexta-feira 15 contra a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL) pelo episódio em que ela apontou uma arma contra um opositor político na rua, em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Apesar da manifestação de Nunes Marques, já há maioria de votos no STF pela condenação a 5 anos e 3 meses de prisão.
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O ministro, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro à Corte em 2020, não detalhou os motivos da divergência. O julgamento, que ocorre no plenário virtual do Supremo, foi suspenso em março deste ano após pedido de vista do próprio Nunes Marques, e foi liberado por ele nesta sexta-feira. Antes disso, porém, seis ministros já haviam votado para condenar Zambelli.
O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, foi o primeiro a defender a condenação. Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli acompanharam o voto. Neste momento, o placar do julgamento é de 6 a 1 pela prisão. Restam os votos de André Mendonça, Edson Fachin, Luiz Fux e do presidente da Corte, Luis Roberto Barroso, que podem se manifestar até 22 de agosto.
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Ademais de votarem pela condenação, os seis ministros que acompanharam a manifestação de Gilmar Mendes também defendem a perda do mandato em razão da condenação criminal.
Presa na Itália
Carla Zambelli encontra-se na Itália após deixar o Brasil para evitar cumprimento de uma sentença em outro processo, relacionada à invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. Ela recebeu uma pena de 10 anos de prisão. Após dois meses foragida, foi detida em um apartamento em Roma, no dia 29 de julho. Ela permanece detida, à espera da análise de um pedido de extradição apresentado pelo governo brasileiro.
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Lembre-se da perseguição
Na situação em questão, nesta sexta-feira, os ministros avaliam a conduta de Zambelli em outubro de 2022, quando perseguiu com arma em punho um eleitor do então candidato Lula (PT) pelas ruas de um bairro nobre de São Paulo.
O incidente ocorreu na véspera do segundo turno e é citado por bolsonaristas como uma das explicações para a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Na ocasião, ele também teria sido obrigado a permanecer em um bar sob a mira de uma arma.
Ela é acusada de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Na defesa, alegou ter agido em legítima defesa, sustentando que o homem estaria armado. A tese, contudo, não foi comprovada nas investigações.
Fonte por: Carta Capital