Novos Planos Energéticos Ameaçam Atrasar Metas Climáticas Globais
Novas medidas podem comprometer o cumprimento de metas de redução de emissões de gases que causam as mudanças climáticas.
Desafios na Definição de Metas Climáticas da União Europeia
Os ministros do Clima dos países da União Europeia enfrentam um desafio crucial nesta quinta-feira (18), buscando confirmar que o bloco não conseguirá cumprir o prazo global para estabelecer novas metas de corte de emissões de gases causadores das mudanças climáticas. A dificuldade reside nas divisões internas entre os governos da UE, impactando a preparação para as negociações da COP30 em novembro.
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A perda desse prazo pode representar um revés para os líderes do bloco, que deveriam apresentar novas metas em conjunto com outras potências mundiais na próxima semana, durante a Assembleia Geral da ONU. A China, um dos principais emissores, já anunciou sua meta, enquanto a Austrália também fez o mesmo nesta quinta-feira.
O comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, defendeu o histórico do bloco, destacando que a UE continua sendo um dos países mais ambiciosos em termos de metas climáticas. Ele ressaltou que as decisões da UE sempre foram resultado de intensos debates e que é fundamental evitar divisões adicionais dentro do bloco em relação às políticas climáticas.
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A ONU tem incentivado os países a apresentarem seus planos climáticos atualizados na Assembleia Geral, buscando reativar o impulso global para combater as mudanças climáticas. A pressão internacional, aliada às dificuldades internas da UE, torna o cenário ainda mais complexo.
Dificuldades nas Negociações e Alternativas
A UE havia planejado alcançar um acordo sobre metas climáticas para 2040 e 2035 neste mês, mas a exigência de discutir a meta de 2040 em uma cúpula em outubro inviabilizou as negociações sobre ambas as metas. Essa postura reflete as tensões entre os países membros, especialmente entre as nações mais pobres do Leste Europeu.
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Diante desse impasse, os ministros da UE buscarão chegar a uma “declaração de intenções” que defina a meta climática que o bloco espera aprovar. Um rascunho da declaração, divulgado pela agência Reuters, propõe uma meta de redução de emissões entre 66,3% e 72,5% até 2035.
A declaração também prevê que a UE tentará apresentar uma meta final para 2035 antes da COP30, onde quase 200 países negociarão seus próximos passos para lidar com o aquecimento global. A dificuldade de exigir que outros cumpram o mesmo que a UE é um ponto central nas discussões.
A ministra finlandesa do Clima, Sari Multala, enfatizou a importância de a UE liderar pelo exemplo, ressaltando que é difícil exigir que outros cumpram o mesmo que a UE se o próprio bloco não estiver comprometido com o cumprimento de suas metas.
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.












