Novo projeto visa realizar cirurgias cardíacas em crianças de forma imediata no SUS

Médicos do Hospital de Clínicas do Paraná atuam em operações em Recife, Fortaleza e Manaus.

02/09/2025 11:12

2 min de leitura

Novo projeto visa realizar cirurgias cardíacas em crianças de forma imediata no SUS
(Imagem de reprodução da internet).

Com apenas 7 meses de idade, Laura necessitou de cirurgia cardíaca para corrigir uma má formação congênita, relacionada à Síndrome de Down. A mãe dela, Maria Izonete Pinheiro, relata que a alteração genética da filha foi uma surpresa descoberta somente após o nascimento.

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Realizei todos os exames de pré-natal, porém a trissomia [anomalia do cromossomo 21 que causa a síndrome] não foi identificada durante a gestação. Foi bastante assustador saber que ela precisaria de uma cirurgia cardíaca, mas, felizmente, conseguimos realizar o procedimento com agilidade, e eu agradeço imensamente a toda a equipe do hospital.

Laura foi uma das primeiras pacientes do projeto Congênitos, que fortalece a linha de cuidado da cardiopatia congênita em crianças atendidas pelo Sistema Único de Saúde em três hospitais de Fortaleza (CE), Recife (PE) e Manaus (AM). A paciente é atendida no Hospital Infantil Albert Sabin, na capital cearense, onde são recebidos aproximadamente 80 pacientes com cardiopatia congênita por semana, provenientes de diversas cidades e até de estados vizinhos.

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Profissionais do Hospital do Coração de São Paulo (Hcor), serviço particular de referência no Brasil, acompanham remotamente o trabalho no Albert Sabin e também no Hospital Francisca Mendes em Manaus e no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, em Recife.

Além de discutir semanalmente os casos e as estratégias de intervenção, mensalmente um paciente é submetido a cirurgia com acompanhamento remoto, em tempo real, por profissionais do Hospital Paulista. O sistema de Teleorientação do Ato Cirúrgico utilizado pelo projeto foi desenvolvido pelo Núcleo de Inovação do Instituto do Coração (Incor) da Universidade de São Paulo (USP). A jovem Laura foi operada sob essa supervisão em agosto.

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Eles monitoram o paciente à distância, desde a visualização por uma câmera que fica na cabeça do cirurgião e que mostra o que está sendo realizado dentro do campo cirúrgico, até o monitoramento da pressão, batimentos, oxigenação, anestesia, todos os detalhes que fazem parte da cirurgia. Então, eles têm toda uma equipe de experts que veem como nós estamos conduzindo, contribuem com sugestões e discutem melhores práticas.

A cardiopatia congênita abrange várias formas de anomalias cardíacas que surgem durante o desenvolvimento fetal. A Secretaria de Saúde estima que cerca de 30 mil crianças nasçam com a condição no Brasil anualmente. Cerca de 80% delas necessitam de cirurgia em algum momento, o que representa mais de 11 mil operações anualmente. Metade dessas crianças requer o procedimento no primeiro ano de vida.

Nem todas as hospitais do país possuem as condições necessárias para realizar essas cirurgias. Alguns, incluindo o próprio Albert Sabin, necessitam encaminhar casos mais complexos para outras unidades, o que causa sobrecarga para esses hospitais e pode atrasar o procedimento, elevando o risco de complicações futuras.

Já dispomos de cirurgia cardíaca no hospital há cerca de 20 anos, mas esta área ainda possui muito espaço para crescer, tanto em volume quanto em complexidade. O serviço de referência que temos aqui em Fortaleza, que é o Hospital do Coração de Messejana, já não atende à demanda, diz Geni Medeiros, que explica que o Albert Sabin foi considerado uma alternativa para ampliar essa oferta e, por isso, recebeu o projeto Congênitos.

A médica cardiologista pediátrica da Hcor, Ieda Jatene, destaca que o objetivo é aprimorar os protocolos de atendimento comuns e compartilhar experiências relativas a casos particulares.

Já realizam cirurgias de baixa e média complexidade, bem como alguns casos de alta complexidade, sendo a intenção aprimorar, sob a perspectiva técnica, para que também possam tratar crianças que necessitam ser encaminhadas para outros serviços com maior especialização em cardiopatias de alta complexidade.

A cardiologista ressalta que isso é benéfico tanto para os pacientes quanto para o sistema SUS: “Se você fizer a cirurgia no momento certo, com a técnica certa, com os recursos adequados, essa criança vai ter uma sobrevida ótima e vai ser um adolescente, um adulto com uma vida praticamente normal. Mas quando a gente não opera no momento ideal, enquanto esperam a cirurgia, essas crianças ficam com a pressão no pulmão mais elevada, com quadros repetidos de infecção, e acabam passando por várias internações. E, quando finalmente são operadas, têm pós-operatório mais longo, com mais complicações”.

O projeto está sendo desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). As três unidades foram selecionadas pelo Ministério da Saúde, levando em conta sua importância para as regiões Norte e Nordeste, que são as mais carentes de serviços cardíacos infantis. Os hospitais serão acompanhados até o próximo ano, e 60 cirurgias teleorientadas devem ser realizadas neste período.

Fonte por: CNN Brasil

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