Novo Mundo conquista recuperação judicial e planeja vendas de R$ 780 milhões com retorno ao ‘varejo raiz’

Novo Mundo aprova plano de recuperação judicial

A varejista goiana Novo Mundo, uma das principais redes de eletrodomésticos, móveis e utilidades domésticas do Centro-Oeste, obteve a aprovação de seu plano de recuperação judicial (RJ) nesta semana. A decisão foi homologada com a aceitação significativa dos credores, incluindo fornecedores e instituições financeiras.

Com essa proteção judicial, a empresa poderá renegociar suas dívidas e reorganizar suas operações. A expectativa é que a companhia alcance um faturamento de R$ 780 milhões em 2026, focando na retomada do “varejo raiz” e na abertura de novas lojas físicas nas regiões onde já é consolidada.

Histórico da empresa

Fundada há 68 anos em Goiânia, a Novo Mundo se tornou uma referência regional no varejo, oferecendo crédito direto às famílias e um mix de produtos similar ao de grandes redes nacionais, como Magalu e Havan. Em sua trajetória, a empresa chegou a ter mais de 140 lojas e faturou mais de R$ 1,1 bilhão em 2021.

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Atualmente, a varejista opera com cerca de 90 unidades físicas e adota um modelo multicanal, com um marketplace próprio e uma operação digital ativa. O pedido de recuperação judicial, protocolado em julho de 2024, foi motivado por fatores macroeconômicos e setoriais, como os impactos da pandemia de covid-19 e a alta de juros.

Desafios enfrentados

A empresa enfrentou dificuldades financeiras, resultando no fechamento de 60 lojas desde 2023 e um passivo total de aproximadamente R$ 735 milhões ao final do ano. A recuperação judicial possibilitou à Novo Mundo negociar prazos e condições de pagamento, mantendo suas lojas abertas e preservando cerca de 1.300 empregos.

Com a homologação do plano, a varejista passa por mudanças no controle societário e na gestão executiva. O fundo de investimentos Columbus adquiriu 100% das cotas da empresa, permitindo uma reestruturação necessária.

Nova liderança e estratégias

Alex Lima foi nomeado CEO, trazendo experiência em reestruturações, enquanto José Guimarães se tornou Presidente do Conselho de Administração e Vice-presidente de Operações. A estratégia da Novo Mundo agora prioriza a proximidade com os clientes e a presença física nas cidades.

A rede planeja concentrar novas lojas nos estados onde já possui forte presença, aproveitando o reconhecimento da marca. A abordagem inclui revisar layouts, repensar o mix de produtos e fortalecer a equipe de vendas, garantindo que cada colaborador cuide da jornada completa do cliente.

Próximos passos e expectativas

A Novo Mundo continuará investindo em marketplace e e-commerce, integrando canais de venda e assegurando que preços e ofertas sejam equivalentes entre lojas físicas e digitais. O plano também contempla ações de eficiência operacional e reorganização administrativa para garantir a estabilidade financeira.

Segundo Alex Lima, a aprovação do plano reflete a confiança do mercado e dos credores. José Guimarães destaca a prioridade em preservar empregos e reposicionar a empresa como protagonista no varejo regional.

O plano aprovado inclui a reorganização da estrutura financeira e operacional, visando aumentar a liquidez e otimizar a gestão de estoques, alinhando o modelo de negócio à capacidade de consumo das regiões onde a marca atua. Com essa estratégia, a varejista espera manter a operação de cerca de 90 lojas e expandir de forma seletiva.