Nova tributação altera a estrutura de preços e exige reavaliação estratégica nas empresas
Com o IBS e a CBS, a Reforma Tributária extingue vantagens setoriais e demanda ajustes em sistemas, margens e políticas comerciais.

A reforma tributária aprovada na Câmara propõe uma alteração na arrecadação de tributos sobre o consumo no Brasil. O sistema vigente, que engloba cinco impostos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS), será substituído por dois novos impostos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
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A modificação impacta diretamente a definição de preços. Segundo Karol Dapousa, especialista em tributação estratégica, as empresas necessitam revisar com urgência seus modelos de precificação, margens e competitividade.
A nova sistemática apresenta o viés de diminuir distorções, incluindo a cumulatividade, porém demanda uma análise aprofundada das estratégias empresariais, segundo Karol.
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Com base em uma base de cálculo unificada, os novos tributos possibilitam a utilização integral dos créditos ao longo da cadeia de produção. Isso implica que os impostos pagos nas etapas anteriores podem ser compensados nos estágios subsequentes, diminuindo o custo final do produto.
Karol Dapousa afirma que o modelo oferece maior transparência nos valores. Contudo, a alteração também apresenta novos obstáculos operacionais. “Será preciso atualizar os sistemas fiscais e contábeis, além de reavaliar as margens considerando a nova carga tributária aplicável”, declara.
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Uma das maiores implicações reside na extinção dos incentivos fiscais setoriais. Devido à padronização das alíquotas e ao encerramento de regimes especiais, o que se intensificou com o tempo.
Empresas com margens reduzidas ou lucros concentrados precisam reavaliar sua competitividade. A transformação demanda rapidez na análise dos modelos existentes.
A execução da reforma será gradual, com a articulação entre os tributos antigos e os novos até 2033. A especialista considera esse período uma chance para que as empresas se adaptem com previsão.
A mudança não deve ser encarada como um desestímulo, mas sim como uma oportunidade de adaptação estratégica. Simular os efeitos e planejar considerando a nova configuração será fundamental.
Entre os pontos prioritários destacados por Karol Dapousa, estão:
Identificar o novo regime tributário em vigor com base nas operações em curso.
Reajustar as margens e os preços de acordo com a sistemática de créditos plenos.
Atualizar os sistemas fiscais e contábeis às exigências do IBS e da CBS.
Monitorar decretos e leis complementares que especificam as alíquotas e as normas.
A importância de investir em planejamento tributário considerando a nova configuração regulatória.
Para Karol, as empresas que demonstrarem uma atuação proativa em relação à Reforma Tributária apresentarão vantagem no ajuste de sua posição de mercado.
Essa alteração afeta diretamente a precificação, o posicionamento e a competitividade. Não se trata apenas de contabilidade. É uma redefinição da lógica comercial das empresas, conclui.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.