Nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA: “América Sozinha” e Críticas à Europa e China

A nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, divulgada em 5 de janeiro de 2025, destaca o lema “América Sozinha”, criticando aliados e a ascensão da China.

06/12/2025 9:57

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(Imagem de reprodução da internet).

Nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA: “América Sozinha

A nova Estratégia de Segurança Nacional da Casa Branca, divulgada na sexta-feira (5), pode ser resumida na frase “América Sozinha”. Este documento de 33 páginas apresenta as prioridades de política externa do governo de forma clara, embora repleto de críticas e queixas.

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O lema “América Primeiro” permeia o texto, que critica aliados europeus de maneira quase racista e reconhece que os Estados Unidos precisam compartilhar poder com a China, além de buscar novos aliados no Hemisfério Ocidental.

O artigo inicia afirmando que “os dias em que os Estados Unidos sustentavam toda a ordem mundial como Atlas acabaram”, embora não deixe claro se se refere a um fato do passado ou a uma nova abordagem. O papel que os EUA desejam ocupar nesse novo cenário global também é incerto, sugerindo uma postura menos dominante e mais defensiva em relação a outras potências emergentes.

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Críticas à Europa e à Ascensão da China

O texto menciona que a ascensão da China ocorreu às custas dos EUA, sem considerar o impacto dos produtos baratos na melhoria do padrão de vida americano. A Casa Branca busca aliados mais próximos nas Américas, mas pode enfrentar desilusões. O “Corolário Trump”, que se baseia na Doutrina Monroe, reforça a ideia de que os EUA devem dominar as regiões próximas, sem apresentar uma nova proposta para 2026.

A estratégia critica os aliados europeus, acusando-os de suprimir a liberdade de expressão e a democracia, enquanto suas economias são prejudicadas por regulamentações excessivas. Essa visão simplista ignora a complexidade da situação na Europa, que busca evitar conflitos e enfrenta ameaças, como a russa.

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Visão Controverso sobre a Europa e a Rússia

O documento sugere que a Europa pode enfrentar um “apagamento civilizacional”, prevendo que, em algumas décadas, certos membros da Otan se tornem majoritariamente não europeus. Essa afirmação é acompanhada de uma proposta de interferência nas nações europeias, enquanto a Rússia é poupada de críticas semelhantes, sendo vista como uma relação de “estabilidade estratégica”.

A falta de autoconsciência é evidente nas críticas à Europa, que é descrita como uma potência militar temerosa de se defender. O texto destaca a necessidade de uma “cessação rápida das hostilidades na Ucrânia” e a “sobrevivência da Ucrânia como um Estado viável”, mas não apresenta um caminho claro para alcançar esses objetivos.

Em suma, a nova estratégia reflete uma visão superficial e contraditória das relações internacionais, caracterizando a política de Trump como “pragmática sem ser ‘pragmática'”. Em um momento de tensões globais, o documento parece mais uma salada de palavras do que uma proposta sólida para o futuro das relações dos EUA com o mundo.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.