Neurocientista alerta: IA pode impactar a faculdade mental humana

Cientista divulga preocupações sobre o impacto da inteligência artificial na capacidade mental humana.

20/09/2025 18:12

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(Imagem de reprodução da internet).

Neurocientista Miguel Nicolelis Alerta Sobre os Perigos da Inteligência Artificial

Considerado um dos nomes mais importantes da neurociência mundial, o médico Miguel Nicolelis apresentou suas ideias sobre o uso da inteligência artificial, descrevendo-a como “um dos maiores engodos” que a humanidade já produziu. A fala ocorreu durante o evento Despertar 2025, realizado em São Paulo.

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Nicolelis está desenvolvendo um novo livro que abordará a inteligência artificial, utilizando a sigla NINA no título, que significa “nem inteligente, nem artificial”. Ele descreve a NINA como uma representação da visão da maioria dos neurocientistas sobre a desinformação e a venda de soluções sem valor.

A IA e a Complexidade do Cérebro Humano

O neurocientista explica que os grandes atributos da mente humana não são computáveis pela lógica digital, pois nenhum ser humano se comporta como uma máquina de Turing. Ele critica a forma como os CEOs e investidores do Silicon Valley descrevem a inteligência artificial, que não reflete a complexidade do cérebro humano.

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Nicolelis alerta que a IA pode enfraquecer o cérebro humano, pois o cérebro humano funciona à base do uso de energia. Ele usa o exemplo de quem não sabe mais decorar telefones, ilustrando como a delegação de funções para a máquina pode levar à perda de atributos cognitivos.

O Futuro da Inteligência Artificial e os Riscos da IA

O neurocientista é categórico ao afirmar que a IA não vai replicar a capacidade cerebral, pois o cérebro humano não funciona na lógica digital. Ele critica os LLMs (Large Language Models), sistemas avançados para entender e gerar textos pela inteligência artificial, que usam o passado para moldar o futuro e que alucinam, ou seja, produzem respostas sem sentido ou completamente dissociadas da verdade.

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Nicolelis ressalta que os LLMs não têm nenhum compromisso com a verdade ou com a acurácia, o que representa um risco significativo para a sociedade. Ele acredita que a IA, como a conhecemos hoje, não é uma ferramenta para o progresso humano, mas sim uma fonte de desinformação e manipulação.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.