Netanyahu declara que a visita de Rubio demonstra a “força” da relação entre EUA e Israel
A viagem acontece mesmo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tendo expressado insatisfação com o ataque israelense no Catar.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou no domingo, 14, que a visita do secretário de Estado americano, Marco Rubio, a Israel, demonstra a força da relação entre ambos os aliados, após um ataque israelense contra o Hamas no Catar ter gerado forte repúdio internacional.
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A viagem prossegue, mesmo com o descontentamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao bombardeio israelense de terça-feira contra líderes do movimento islamista palestino no Catar, parceiro de Washington.
Um ataque sem precedentes visou líderes do Hamas reunidos em um complexo residencial no centro de Doha, capital deste Estado mediador nas negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
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O ataque “não alterará a essência do nosso relacionamento com os israelenses, porém precisaremos abordar isso, sobre qual será o seu impacto”, afirmou o encarregado da diplomacia americana aos repórteres antes de sua saída.
O objetivo da viagem de Rubio, conforme declarado pelo Departamento de Estado, é assegurar o respaldo dos Estados Unidos a Israel, antecipando o reconhecimento do Estado palestino por diversos países na Assembleia Geral da ONU.
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Com um kippá judaico, Rubio rezou neste domingo no Muro das Lamentações, acompanhado por Netanyahu e o embaixador americano em Israel, Mike Huckabee, conforme relatado por um correspondente da AFP.
O chefe do executivo, que descreveu o ministro da Estado como um “amigo extraordinário” de Israel, declarou que a viagem evidencia “a força da aliança israelense-americana”.
“Não é tão forte, tão duradoura, como as pedras do Muro das Lamentações que acabamos de tocar”, declarou o primeiro-ministro à imprensa.
Na segunda-feira, Rubio participará de diversas reuniões antes de seu desligamento na terça-feira.
Não há política de “dois pesos e duas medidas”.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, solicitou à comunidade internacional que “cesse adotar critérios diferentes” e imponha sanções a Israel “por todos os atos criminosos cometidos”.
Al Thani declarou que Israel deve reconhecer que a guerra de genocídio em curso contra o povo palestino, com o propósito de sua expulsão de seu território, não terá sucesso.
Desde o início da guerra em Gaza, iniciada por um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel eliminou os chefes desse grupo e prometeu sua destruição e remoção do território palestino, controlado por islamistas desde 2007.
Benjamin Netanyahu reiterou que a eliminação dos líderes do Hamas removeria o principal entrave para a libertação dos reféns e o fim do conflito.
O primeiro-ministro Netanyahu é o principal responsável por impedir o término do conflito, segundo o Fórum das famílias de reféns.
A operação realizada no Catar evidenciou, sem qualquer dúvida, um impedimento para a libertação dos reféns e o fim do conflito: afirmou o primeiro-ministro Netanyahu, em um comunicado. O fórum criticou, alegando que Netanyahu desiste de cada acordo quando este se aproxima.
Pânico e medo extremo.
O exército israelense prossegue com sua ofensiva na Cidade de Gaza, considerada um dos últimos bastiões do Hamas e alvo de controle.
De acordo com estimativas recentes da ONU, aproximadamente um milhão de palestinos residem na cidade de Gaza e suas áreas circundantes, que representam a maior concentração populacional do território.
Na fotografia da Agência France-Presse (AFP), visualiza-se um fluxo de veículos e pessoas saindo de Gaza, em direção ao sul, em meio a prédios destruídos.
Vivemos em um estado de pânico e medo extremo. Os bombardeios não cessaram desde o início do dia, as explosões são intensas e os disparos são contínuos, declarou AFP Mohamed Ghazal, de 32 anos, que escapou do bairro de Shujaiya.
Pelo menos 38 mortes foram confirmadas no domingo, em decorrência de ataques israelenses, segundo a Defesa Civil de Gaza.
Devido às restrições aos meios de comunicação na Faixa de Gaza e às dificuldades de acesso ao local, a AFP não pode verificar de forma independente as informações apresentadas pelas diferentes partes.
O ataque do Hamas a Israel causou a morte de 1.219 indivíduos, em sua grande maioria civis, conforme apurado pela AFP com base em informações israelenses.
De um total de 251 reféns sequestrados, 47 permanecem detidos em Gaza, sendo que 25 teriam falecido, de acordo com o Exército israelense.
A ofensiva de retaliação de Israel resultou em pelo menos 64.871 mortos em Gaza, conforme dados do Ministério da Saúde sob o comando do Hamas. Além disso, causou a devastação do território palestino e gerou uma crise humanitária.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.