Nepal nomeia primeira-ministra interina após onda de protestos violentos
Sushila Karki assume a liderança do país, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo, e tem a responsabilidade de conduzir novas eleições para a Câmara Ba…

Sushila Karki, ex-presidente do Supremo Tribunal do Nepal, assumiu o cargo de primeira-ministra interina nesta sexta-feira (12), sendo a primeira mulher a exercer a liderança do país.
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A sua indicação ocorreu após uma onda de protestos violentos contra a corrupção, que levou à renúncia do então primeiro-ministro K.P. Sharma Oli.
O compromisso de Karki foi realizado ao presidente Ramchandra Paudel no palácio presidencial, em uma sessão transmitida em tempo real.
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A designação para a função foi resultado de negociações entre Paudel, o comandante do Exército Ashok Raj Sigdel e os manifestantes.
Sushila Karki tem a responsabilidade de conduzir novas eleições para a Câmara Baixa do Parlamento até 11 de março de 2026, conforme comunicado pelo gabinete da Presidência. As autoridades indicaram que ela deverá designar novos ministros em breve.
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A única mulher a exercer a presidência da Suprema Corte, Karki, foi a escolha dos manifestantes, que destacam sua reputação de honestidade e integridade, bem como sua posição contra a corrupção.
Ela exerceu a função de maior destaque do Judiciário por aproximadamente um ano, até meados de 2017.
Bipin Adhikari, especialista e analista constitucional, declarou que o principal desafio a ser enfrentado será apurar a violência e a destruição de bens públicos durante os protestos e levar os responsáveis à justiça.
Ela deve assegurar uma boa governança, combater a corrupção, preservar a lei e a ordem, garantir à população as condições de segurança e fortalecer o policiamento, avaliou.
Eleição adiada após protestos mortais no Nepal.
Pelo menos 51 indivíduos perderam a vida e mais de 1.300 ficaram feridos durante manifestações contra a corrupção promovidas pelo movimento “Geração Z”, apelido dado em razão da faixa etária de seus integrantes, predominantemente jovens.
A manifestação teve origem em uma restrição às redes sociais que foi posteriormente descontinuada. A violência reduziu-se após a saída de Oli na terça-feira (9).
O Nepal tem experimentado instabilidade política e econômica desde a extinção de sua monarquia, em 2008, devido à escassez de oportunidades de emprego que leva milhões de pessoas a buscarem trabalho em outros países.
O país retorna à sua rotina habitual.
Enquanto o país de 30 milhões de habitantes voltava lentamente à normalidade nesta sexta-feira – com lojas reabertas, carros nas ruas e policiais substituindo as armas que utilizavam no início da semana por cassetetes – famílias recuperavam os corpos dos falecidos nos protestos.
Ainda havia algumas vias interditadas, apesar da redução no número de militares realizando rondas.
Enquanto seus amigos se afastavam (dos protestos), ele optou por continuar, declarou Karuna Budhathoki, aguardando a remoção do corpo do jovem no Hospital Universitário de Katmandu.
Ele informou que receberam a informação de que ele foi levado ao hospital sem vida.
O manifestante Ashab Alam Thakurai, de 24 anos, que recentemente havia realizado sua cerimônia de casamento, faleceu, segundo informações de seus familiares.
Ele disse que estava participando de um protesto na última vez que conversamos com ele. Após isso, não tivemos mais contato com ele, e o encontramos no necrotério, relatou seu tio, Zulfikar Alam.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.