Em junho, observa-se a recuperação das margens de lucro nas transações.
No primeiro semestre de 2025, houve um resultado positivo para a maioria das negociações salariais no Brasil. Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicou que 75,1% dos reajustes praticados entre janeiro e junho ultrapassaram a inflação medida pelo INPC. Adicionalmente, 16,4% dos reajustes ficaram em igualdade com o índice, e somente 8,5% ficaram abaixo dele.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Após uma deterioração em abril (13,7% dos acordos abaixo da inflação) e maio (13,5%), o mês de junho registrou queda nesse indicador: apenas 5% dos reajustes analisados ficaram acima da inflação. Ao todo, o Dieese mapeou 332 negociações com data-base em junho. A mediana das variações ficou 1,09% acima do IPCA – a mais elevada desde julho de 2023.
O desempenho foi favorecido por acordos importantes nos setores de turismo e hospitalidade, comércio atacadista e varejista e transportes. A projeção do Dieese é de que o segundo semestre mantenha a trajetória positiva, com negociações envolvendo categorias de maior peso econômico, como bancárias, petroleiras, metalúrgicas e químicas.
O balanço do semestre sustenta uma dinâmica de estabilidade nos reajustes salariais nos últimos dois anos. Desde 2023, mais de 75% dos acordos firmados mensalmente asseguraram aumento real aos trabalhadores e trabalhadoras.
Os dados indicam também diferenças entre regiões do país. O Centro-Oeste, o Norte e o Nordeste apresentaram as maiores proporções de reajustes acima da inflação no semestre, com percentuais de 82,3%, 80,8% e 77,6%, respectivamente. A região Sudeste obteve o menor índice de acordos com ganho real: 71%.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O ajuste médio nacional, levando em conta o acúmulo dos últimos 12 meses, está 0,91% superior à inflação. Já a mediana é de 1,09%. Adicionalmente, o estudo aponta redução nas negociações parceladas, que representaram apenas 5,6% do total em junho, menor valor da série iniciada em 2022.
O Dieese adverte que elementos como a política de juros e o contexto internacional – notadamente as ações dos Estados Unidos contra exportações brasileiras – podem influenciar os próximos resultados. Contudo, a expectativa é de manutenção do ritmo atual, com a maioria dos acordos superando o índice inflacionário.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.