O cantor Nattan se envolveu em polêmica ao propor pagamento de R$ 1 mil para que uma mulher com nanismo fosse beijada por um cinegrafista em apresentação em São Lourenço da Mata, Pernambuco. A ação foi filmada e provocou forte reação da Annabra (Associação de Nanismo do Brasil), que a considerou capacitismo.
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O artista, durante o espetáculo na cidade de Pernambuco, começou a interagir com o público, em ações que incluíam a distribuição de dinheiro para os presentes. Em certo instante, uma mulher com nanismo subiu ao palco e foi alvo de provocações.
O artista então convidou a equipe de palco para participar do desafio, que consistia em beijar a convidada com a promessa de uma transferência via Pix no valor de R$ 1 mil. Após um dos operadores técnicos do show se recusar, outro profissional aceitou o “desafio”.
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A publicação nas redes sociais do cantor gerou reações. A interação foi vista por diversos comentários como uma brincadeira inadequada. Na publicação, a legenda do vídeo diz “Casal saliente da gota”.
A entidade aponta para o capacitismo.
Nas redes sociais, a Annabra (Associação de Nanismo do Brasil) divulgou uma nota de repúdio afirmando que o ocorrido “não foi brincadeira”, nem “entretenimento”. Segundo a Annabra, a ação do cantor expôs publicamente a condição da mulher, desrespeitando sua dignidade. “Não somos piada. Somos pessoas”.
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A declaração ressalta que a conduta de Nattan legitima o preconceito e “objetifica corpos como entretenimento”. A organização manifestou forte repúdio à exposição e o que considerou uma humilhação disfarçada de humor.
A associação divulga publicação.
Uma publicação compartilhada por ANNABRA — Associação Nanismo Brasil (@annabra_nanismo)
A pena pode ser de até cinco anos de prisão.
A Annabra mencionou o Artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusão, que estabelece como crime “praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência”. A associação destacou que, quando a infração é cometida por meio de mídias sociais ou vídeos, como no caso do show, a pena pode atingir cinco anos de reclusão, além de multa.
A batalha da comunidade, conforme se destaca, é por dignidade, e não pela aceitação de humilhações. “O capacitismo não será normalizado”, concluiu a Associação de Nanismo do Brasil em sua manifestação pública.
A CNN tentou obter uma declaração de Nattan através de sua assessoria, porém não recebeu resposta.
Fonte por: CNN Brasil