Maria Gamatti apresenta sua nova coleção no desfile da Flying Solo, evento que impulsiona marcas de luxo independentes.
É um desafio significativo manter a autenticidade em um mercado que constantemente exige a replicação de tendências. Essa reflexão norteou a trajetória de Nathalia Tolentino, estilista que, após 21 anos de trabalho, alcançou o reconhecimento internacional com a exposição da sua marca no desfile da New York Fashion Week em 2025.
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Em setembro deste ano, Tolentino apresentou a nova coleção “Legado”, focada em bolsas de luxo inspiradas no Cerrado. A produção, quase totalmente manual, envolveu uma pequena equipe e técnicas diversificadas, como crochê, Lunéville e ráfia natural, com bordados feitos em tear por Jéssica Brandt. Cada peça leva até 15 dias para ser finalizada, refletindo o cuidado e a atenção dedicados a cada detalhe.
“A ideia era levar a nossa cultura brasileira da moda para fora do país, mostrar o que a gente tem de mais rico por aqui”, explicou Tolentino, em entrevista à EXAME Casual. “Eu dei o nome de Legado porque eu vejo a moda hoje como algo muito descartável, e eu queria criar algo que resistisse ao tempo. Algo que minhas filhas e as próximas gerações pudessem valorizar”.
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Nathalia começou sua jornada no design aos 19 anos, com a criação de uma bolsa para carregar suas pranchetas. Desde então, percebeu que a criação de bolsas seria uma missão pessoal, uma forma de traduzir sua visão sobre o mundo. Ao longo de mais de 20 anos, enfrentou a pressão para “copiar” modelos de grandes marcas, mas persistiu na busca pela autenticidade.
A pandemia impôs um novo desafio, com o descompasso entre pedidos e materiais. A necessidade de adaptação levou à venda direta ao consumidor através do e-commerce, consolidando a identidade da marca. “Essa mudança me fez conhecer melhor meu público e entender o que eles realmente valorizam nas minhas criações”, compartilhou a estilista.
Em 2025, com a presença na Semana de Moda de Nova York, Tolentino acredita que alcançou um novo nível de reconhecimento. A administração de equipe e a renovação das coleções são os maiores desafios que a estilista enfrenta, com a marca produzindo de duas a três coleções por ano, com uma média de 150 a 200 bolsas por mês. Os preços da coleção variam entre R$ 1.890 a R$ 8.490.
Autor(a):
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.