A estabilização política no Brasil parece ser um discurso sem impacto real. Atualmente, essa estabilização não é vista como uma estratégia eficaz para obter ganhos políticos eleitorais. Pelo contrário, os principais nomes indicados para a disputa presidencial de 2026 preferem, neste momento, consolidar e mobilizar seus apoiadores mais leais. O presidente Lula (PT), por exemplo, demonstra conforto com o clima de confronto com os Estados Unidos. É justamente no discurso firme, tanto direcionado ao público interno quanto ao externo, que ele identifica sua melhor alternativa política.
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – apontado como o nome mais forte da oposição para substituir Jair Bolsonaro (PL) nas urnas – buscou um cálculo eleitoral similar. Na prática, acabou se posicionando como uma espécie de refém da família Bolsonaro. Chegou inclusive a assumir o risco de uma crise institucional com o STF (Supremo Tribunal Federal), avaliando que tal postura poderia facilitar seu endosso político por parte do ex-presidente.
Lula e Tarcísio não parecem perceber, no momento, qualquer grande benefício em atender ao centro do espectro político — precisamente o segmento do qual ambos necessitam para vencer as próximas eleições. A dificuldade de alcançar uma pacificação tem, na discussão sobre a anistia, um exemplo claro. Seja aprovada ou rejeitada, a questão da anistia é considerada por cada lado do embate político como algo de natureza existencial. Atualmente, encontra-se no cerne de um complexo jogo de poder e de avaliação de forças.
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A questão é que não há anistia possível quando ela representa a vitória de um lado e a derrota do outro – independentemente do mérito específico da questão. Para que uma anistia funcione de fato, seria necessária a existência daquilo que os espanhóis chamam de concertação: no fundo, algum grau mínimo de convergência entre forças políticas antagônicas. No entanto, não há sinais concretos de que isso esteja ocorrendo – tampouco de que existam lideranças capazes e interessadas em promover esse tipo de entendimento.
Fonte por: CNN Brasil
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