Desigualdade no Acesso à PrEP: Mulheres em Risco de HIV no Brasil
Apesar de representarem quase 30% dos novos casos de HIV no Brasil, mulheres têm acesso limitado à profilaxia pré-exposição (PrEP), um medicamento que previne a infecção pelo vírus. Segundo dados do Ministério da Saúde de 2024, apenas 8,8% dos usuários da PrEP são mulheres.
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Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, o infectologista Gerson Salvador ressalta que essa disparidade se deve à forma como a prevenção foi concebida no país. A maior parte das pesquisas sobre PrEP focou em homens que praticam sexo com homens, priorizando populações com maior descontrole da epidemia.
O profissional destaca que o acesso à PrEP é maior entre indivíduos com maior escolaridade e que residem em grandes centros urbanos, o que exclui muitas mulheres em situação de vulnerabilidade. Ele enfatiza a necessidade de ampliar a divulgação da PrEP para o público feminino, incluindo campanhas de conscientização entre pares.
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A PrEP está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2018 e pode ser utilizada continuamente, independentemente do gênero ou orientação sexual. O medicamento atua como parte de uma prevenção combinada, oferecendo proteção antirretroviral antes da exposição ao HIV.
Além da PrEP, o infectologista menciona a profilaxia pós-exposição (PEP), indicada após relações sexuais de risco, sendo fundamental iniciar o tratamento nas primeiras 48 horas. O profissional reforça que a janela de oportunidade para o início da PEP se estende até 72 horas, maximizando sua eficácia.
