Duas mulheres relatam ter sido vítimas de tortura, agressões e transfobia na 16ª Delegacia de Polícia de Planaltina, no Distrito Federal, no último sábado (23). Karine Lins, presidente da Associação de Moradores Bairro Nossa Senhora de Fátima, e Danny Silva, mulher trans e vice-presidente da entidade, afirmaram que foram convocadas para atuar como testemunhas em um caso de violência doméstica, mas sofreram violência por parte de policiais.
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Em mensagem por WhatsApp, Karine, que possui diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), informou que ela e Danny sofreram humilhações e agressões físicas. De acordo com o relato, policiais proferiram piadas homofóbicas contra Danny e, em seguida, iniciaram uma sessão de agressão.
Danny teria sido forçada a permanecer apenas de lingerie na presença de policiais, sendo filmada e motivo de chacota. Já Karine declarou ter sofrido agressão, sido algemada e arrastada pelo corredor da delegacia.
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“Nos manipularam. Filmavam-nos e divulgavam nossas imagens e sons em outras plataformas digitais… Nos auxiliem em levar a julgamento todos os indivíduos preconceituosos e que promovem a cultura do corpo, para que respondam por seus atos em relação a outros indivíduos”.
As vítimas declaram que desejam que os responsáveis sejam responsabilizados e solicitam apoio de grupos LGBTQIA+ e de pessoas com deficiência para aumentar a visibilidade do ocorrido.
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A Polícia Civil se mantém à disposição para prestar esclarecimentos.
A Polícia Civil do Distrito Federal, em nota, desmentiu acusações de excessos e declarou que as mulheres, que começaram como testemunhas em um caso de violência doméstica, demonstraram atitude exaltada e agressiva em relação ao suposto autor do crime. A corporação afirmou que as mulheres agiram contra os policiais, que sofreram ferimentos.
As duas foram autuadas em flagrante por desacato e resistência. A PCDF informou que um dos agentes necessitou ser encaminhado a um hospital para atendimento médico. As requerentes pagaram fiança, acompanhadas de advogado, uma vez que os crimes são afiançáveis.
A corporação ressaltou que “a suposta agressão policial denunciada será prontamente investigada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, de modo a garantir a apuração completa e imparcial dos fatos”.
Sob a supervisão de Carolina Figueiredo.
Fonte por: CNN Brasil