Mulheres negras demonstram em busca de Reparação e Qualidade de Vida nesta sexta-feira (25), em Cabedelo (PB)
Celebração ocorrida no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela.

Na sexta-feira (25), em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela, mulheres negras da Paraíba realizarão um ato em Cabedelo (PB). A concentração iniciará às 16h, em frente ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB), no Campus Cabedelo Centro, com oficinas de cartazes. Em seguida, o evento prosseguirá até a Praça Getúlio Vargas.
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A mobilização centraliza-se na Reparação e no Bem Viver, bandeiras de luta da 2ª Marcha das Mulheres Negras, que ocorrerá em 25 de novembro, em Brasília (DF), e visa reunir aproximadamente 1 milhão de mulheres brasileiras e estrangeiras. Segundo Thais Vital, ativista da Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, o evento é um “aquecimento” para a mobilização em Brasília.
Essa marcha em 25 de julho potencializa a nossa mobilização no estado da Paraíba, pois vamos marchar em 25 de novembro. A Paraíba tem como meta levar uma quantidade de mulheres para Brasília. Estamos nas articulações para conseguir a infraestrutura necessária para levar essas mulheres, para que possamos fazer o nosso deslocamento com segurança, conta Vital.
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Na Paraíba, foram criados três comitês para a mobilização em prol da 2ª Marcha das Mulheres Negras: um em João Pessoa, que engloba 14 municípios; outro em Campina Grande; e um em Alagoa Grande.
A Paraíba desenvolve atividades em 25 de julho desde 1998. Trata-se da 27ª edição do dia 25 de julho na Paraíba e da 13ª edição do Julho das Pretas, um projeto de incidência política de organizações e movimento de mulheres negras.
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A Paraíba Insistindo em Reclamação e Bem Viver
Conforme Vital, o tema da delegação paraibana é a 2ª Marcha das Mulheres Negras “A Paraíba teimosando por Reparação e Bem Viver”. Relata-se que uma frase de uma quilombola chamada Elza, na qual ela afirma que sua “teimosia” a levou a ocupar espaços tão importantes dentro de seu próprio quilombo e ser uma referência no meio de tantas mulheres.
Vital explica que, no contexto das bandeiras de luta da marcha, o tema Reparação tem a ver com a história de exploração e escravidão das pessoas negras no Brasil. “Quando a gente fala de Reparação, nós estamos falando de uma nação que se sustentou, durante longos anos, a partir do trabalho, da exploração, da inteligência, da mão de obra de homens negros e mulheres negras escravizadas no nosso país”.
Ela também discorre sobre o apagamento histórico sofrido pela população negra: “Queremos resgatar o nosso direito de conhecer a nossa própria história. Não sabemos a nossa própria história. Não conhecemos, porque nos privaram desse direito de saber de onde viemos, quem eram as pessoas que nos antecederam”.
A Mobilização do 13º aniversário do Julho das Pretas propõe o Bem Viver como uma alternativa política que busca superar o modelo capitalista, marcado por racismo e patriarcado.
O Bem Viver é um modelo de vida para toda a sociedade, uma construção de futuro para nós, mas não só para nós mulheres negras. A gente enxerga no Bem Viver o mundo. A gente quer viver com dignidade, onde a gente possa viver sem medo, onde a gente tenha o direito de existir plenamente.
Ela explica que o Bem Viver é uma ideia de bem-estar coletivo. “É a gente se fortalecer enquanto comunidade”, complementa.
Serviço
Marcha Paraíba Teimosando em Busca de Reparação e Bem Viver
IFPB, Campus Cabedelo Centro, situado na rua Duque de Caxias, s/n, Centro, Cabedelo (PB).
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Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.