Mulheres brasileiras ganham 40% menos que homens, pesquisa aponta

Fundação Perseu Abramo aponta disparidade salarial: 44% das brasileiras recebem até o salário mínimo

24/09/2025 21:24

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Desigualdade Salarial e Realidades Femininas no Brasil

Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Sesc São Paulo, revelou que a renda média das mulheres no Brasil é 40% inferior à dos homens. A 3ª edição do estudo, intitulado “Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado”, foi lançada em 2023, oferecendo um panorama sobre a desigualdade de gênero e a percepção das mulheres sobre essa questão.

Principais Descobertas da Pesquisa

O levantamento aponta que uma em cada quatro mulheres acredita que há mais aspectos negativos do que positivos em ser mulher. A pesquisa foi conduzida em duas fases, combinando dados qualitativos com uma amostra de 65 mulheres cisgênero e transgênero, e uma amostra quantitativa envolvendo 2.440 mulheres e 1.221 homens de todo o país, coletados desde 2023.

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Dados Econômicos Relevantes

A pesquisa demonstra uma significativa disparidade econômica entre os gêneros. Quatro em cada 10 mulheres brasileiras vivem com menos de um salário mínimo (R$1.518), um número que se duplica em comparação com os homens, onde apenas 21% se encontram nessa faixa salarial. Apenas 1% da população feminina recebe mais de cinco salários mínimos.

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Responsabilidades Domésticas e Familiares

Adicionalmente, a pesquisa revela que 93% dos domicílios no Brasil têm uma mulher como principal responsável pelos afazeres domésticos. Em 2010, 35% das mulheres eram responsáveis pelo sustento da casa, mas esse número aumentou para 49% em 2023. Destas, 26% têm responsabilidade exclusiva pelas contas da família.

Interseccionalidade e Desafios Persistentes

A pesquisa destaca a persistência de desigualdades, mesmo com avanços na escolaridade. Mulheres negras, em particular, enfrentam desafios significativos, com 59% possuindo renda familiar de até dois salários mínimos e 64% vivendo na região Nordeste. A importância da interseccionalidade – considerando a combinação de diferentes formas de opressão – é enfatizada, buscando garantir que políticas públicas sejam direcionadas para grupos historicamente vulnerabilizados, reconhecendo a complexidade das desigualdades.

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.