Mulher trans é condenada por enganar parceiro sobre identidade biológica e gera debate sobre consentimento

Ciara Watkin é condenada por engano sobre identidade biológica

A inglesa Ciara Watkin, de 21 anos, foi sentenciada a 1 ano e 9 meses de prisão no Reino Unido após ser considerada culpada de enganar um homem sobre sua identidade biológica antes de ter relações sexuais. O caso, que ganhou destaque internacional, ocorreu em 2022, na cidade de Thornaby, no condado de Teesside.

De acordo com o tribunal, Ciara conheceu o rapaz pelo Snapchat e manteve relações com ele sem revelar que era uma mulher trans. Durante o encontro, ela afirmou estar menstruada para evitar ser tocada abaixo da cintura, o que impediu o parceiro de perceber a verdade. Após o ato, Ciara enviou uma mensagem revelando sua condição, o que deixou o jovem em choque, levando-o a vomitar e procurar ajuda da polícia.

Debate sobre consentimento e identidade

A Promotoria argumentou que o rapaz, que tinha 18 anos na época, não teve a chance de dar um consentimento informado, pois acreditava estar se relacionando com uma mulher cisgênero. A Justiça classificou o caso como “engano intencional com consequências sexuais”, configurando agressão.

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Durante o julgamento, a defesa de Ciara alegou que ela sofre de disforia de gênero e se identifica como mulher desde os sete anos. A advogada Victoria Lamballe destacou que a jovem enfrentou bullying e pobreza na infância, o que contribuiu para sua vulnerabilidade emocional. A defesa sustentou que Ciara não tinha a intenção de causar dano e apenas desejava ser reconhecida como realmente se sente.

O juiz Peter Makepeace, no entanto, considerou que a jovem agiu com plena consciência do engano. Ele afirmou que Ciara buscava experiências sexuais com homens heterossexuais e “enganou deliberadamente” a vítima para viver essa fantasia.

A sentença gerou divisões de opinião no Reino Unido, reacendendo discussões sobre os limites do consentimento, identidade de gênero e responsabilidade penal em relações afetivas.