A ação envolveu aproximadamente 500 trabalhadores rurais sem-terra e fez parte da mobilização nacional da Semana do Campo.
Com manifestações questionando “Lula”, e defendendo “Teto, crédito e educação”, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Ceará nesta terça-feira (22).
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A manifestação, realizada por aproximadamente 500 pessoas em Fortaleza (CE), faz parte da Semana Camponesa, período de mobilização nacional do movimento em referência ao Dia do Trabalhador e Trabalhadora Rural, comemorado em 25 de julho. Em 2024, o tema foi “Para o Brasil alimentar, reforma agrária popular”.
Ocupamos o prédio do Incra para manifestar nossa insatisfação com a falta de atenção dada à reforma agrária. É inviável produzir dentro dos acampamentos e assentamentos sem o apoio e sem o crédito. Estamos presentes para defender a reforma agrária com crédito, com educação e com as condições necessárias para produzir no campo, afirma Kelha Lima, da direção nacional do MST no Ceará.
Ele mencionou a taxa de 50% sobre os produtos brasileiros nos Estados Unidos, divulgada por Trump em carta que afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sendo perseguido pela justiça brasileira por ser réu da ação de tentativa de golpe de Estado, alegando que a reforma agrária é uma “medida de defesa da soberania nacional”.
Não se pode tolerar que esta convenção contrária ao povo continue a determinar nossas vidas. E não se admite que o império interfira em território brasileiro, afirma a líder do MST, de dentro da superintendência do Incra do Ceará.
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A agricultura familiar é essencial para produzir alimentos de maneira sustentável, proteger o meio ambiente e assegurar a permanência da população rural, declara Gene Santos, também da direção nacional do MST no Ceará.
O Brasil de Fato contatou o Incra Ceará, porém não obteve resposta até o fechamento da matéria. Caso haja retorno, o texto será atualizado.
A manifestação ocorre um dia após o MST divulgar uma “carta à sociedade brasileira” em que critica a demora dos órgãos do governo federal na execução de políticas públicas pela reforma agrária. Dentre eles, o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), liderado pelo ministro Paulo Teixeira.
O MST, ademais da insuficiência de recursos para ações como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), necessita promover a estruturação de novos assentamentos. Segundo o movimento, aproximadamente 122 mil famílias residem em 1.250 acampamentos no território, aguardando a regularização fundiária.
Na carta, os trabalhadores sem-terra também denunciam o conservadorismo e o poder do agronegócio no Congresso Nacional. Destacam, em particular, a aprovação dos projetos de lei 2.169/2021, conhecido como “PL da devastação” e PL 8262/2017, que possibilita a ação policial sem ordem judicial em ocupações no campo e na cidade.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.